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03.1 Gênero e Saúde

Coordenador@s: Eva Alterman Blay (USP), Sylvia Duarte Dantas (UNIFESP)
DIASPORA “Settling of the Jews among various non-Jewish communities after they had been exiled in 538 BC. (Oxford Dictionary).”Dispersão dos judeus…,dispersão dos povos por motivos politicos ou religiosos…” (Aurélio). A imigração forçada, inclusive por razões econômicas, passou a ser sinônimo de diáspora pela sobrecarga de sofrimento que provoca nos imigrantes. Os movimentos migratórios atravessaram séculos. Era comum familias inteiras ou homens sozinhos imigrarem. Nas últimas décadas as mulheres começaram a imigrar sozinhas para o Japão,os Estados Unidos,a Europa, e outros países , deixando as famílias no local de origem e mantendo-as economicamente. Os imigrantes perdem a própria lingua, tem o nome modificado, são afastados do grupo familiar, tem de se adaptar a novos valores, comportamentos e relações sociais. Quais os efeitos desses processos? São diferenciais para mulheres e homens? Há uma perda de identidade? Aumenta a violência de gênero? Ou “a mudança de cultura pode ser a possibilidade de um processo de emancipação feminina” como afirma DeBiaggi? Como estas complexas questões são respondidas pelas pesquisas da Sociologia, Psicologia, Linguística, História, Literatura, e outras áreas? O objetivo deste ST é encontrar as respostas às questões formuladas.

Local: Sala Laranjeira do Centro de Cultura e Eventos

Resumos


25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Bianca de Vasconcellos Sophia (UERJ)
    Anorexia é “coisa de mulher”?: uma análise antropológica sobre masculinidade, corpo, doença e estilo de vida
    Este trabalho pretende explorar o aparecimento dos casos de anorexia nervosa em homens e sua relação com as questões socioculturais de culto à magreza e a construção da masculinidade (ou masculinidades). Seu principal objetivo é compreender como a anorexia, tida como um transtorno de ordem psiquiátrica pela literatura médica, não está restrita somente ao feminino. Tudo isso, levando em consideração a escassez de estudos sobre o tema, tanto na biomedicina quanto nas ciências sociais, bem como sua associação com os debates sobre gênero, discurso médico e as noções acerca das modificações corporais e práticas ascéticas na contemporaneidade.
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  • Carlos Antaramián (Colegio de Michoacán)
    La diaspora armenia en la ciudad de México, historia de un exilio
    Los refugiados armenios tuvieron que re-hacer su vida después del Genocidio (1915-1918). Este trabajo describe la manera en que los refugiados armenios se instalan en un barrio de la ciudad de México, sus relaciones sociales, vida en familia y las actividades que realizaron para sobrevivir.
  • Anna Karina Gonçalves Xavier (UFPE), Raíssa Barbosa Araujo, Karla Galvão Adrião (UFPE)
    Mulheres jovens, práticas contraceptivas e a vivência da sexualidade: reflexões urgentes
    Este trabalho busca debater sobre interfaces entre sexualidade e reprodução na vida de mulheres jovens de uma comunidade da Cidade do Recife - Pernambuco. Será argumentado sobre a invisibilidade que estas mulheres, sujeitos da luta feminista, continuam vivenciando em suas práticas cotidianas. Este tema é particularmente interessante por tratar de questões de direitos sexuais e reprodutivos, uma das pautas mais fortes para as lutas feministas nacionais. O objetivo da pesquisa é compreender como mulheres jovens de 16 a 24 anos, casadas e com filhos estão lidando com o uso da camisinha, e como estão abordando junto ao/s parceiro/s o desejo dessa prática preventiva nas suas relações afetivo-sexuais. A metodologia utiliza-se de um viés qualitativo, tendo a etnografia, com o diário de campo e entrevistas em profundidade como métodos. Como referencial teórico-epistemológico será utilizada uma abordagem feminista pós-estruturalista (BUTLER, 2003 e HARAWAY, 1998). Como resultado preliminar foi observado à ausência de discussão sobre outros métodos contraceptivos na relação médico/a paciente, contrariando o PAISM (Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher), que prevê que diante do conhecimento de todos os métodos contraceptivos a mulher possa escolher o que melhor lhe convém.
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26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Eli Narciso Da Silva Torres (UFMS), Alexandra Lopes Da Costa (UFGD)
    Prisão, educação e mulher: um diálogo em torno dos dispositivos de controle social
    Este artigo trata da condição da mulher no sistema prisional do estado de Mato Grosso do Sul (MS), onde a maior parte das internas é condenada pelo envolvimento com o tráfico de drogas. Nas tramas do patriarcado, descortinam-se os deslocamentos, comércio ou transporte da mercadoria como “mulas”, que escondem no fundo o vínculo afetivo com homens, agentes do tráfico, o desespero diante do desemprego ou das escassas oportunidades de trabalho remunerado para parcela da mão de obra feminina no estado. O texto busca articular reflexões sobre o impacto dos dispositivos da política internacional de proibição às drogas e de programas de educação carcerária na vida das mulheres em cumprimento de pena privativa de liberdade no MS, enquanto mecanismos operadores de coerção, controle social e vigilância. As pedagogias do confinamento, a disciplinarização dos corpos e o reajustamento das detentas por meio da educação prisional, do trabalho e do discurso da “ressocialização” constituem elementos que corroboram na produção de mulheres obedientes e economicamente rentáveis, ocultando níveis de violência simbólica e material, além de contribuir para perpetuar a subalternidade da mulher na sociedade.
  • Gustavo José de Oliveira Souza (IESB), Valeska Maria Zanello de Loyola (IESB)
    Mulheres, loucura e música: uma experiência de intervenção
    No mundo contemporâneo, firmou-se cada vez mais o uso de medicamentos como forma privilegiada de intervenção em saúde mental. O sofrimento psíquico grave é lido, muitas vezes, sob a ótica reducionista de transtornos biológicos e sinápticos, levando a uma prática de naturalização do sofrimento e a um silenciamento de agentes desencadeadores de outra ordem, tais como a psíquica e a social. Aspectos relacionados às questões de gênero são, assim , em sua maioria, negligenciados e tratados como “essências” biológicas. O presente trabalho teve como objetivo pesquisar formas alternativas de intervenção, a partir da escuta do sofrimento de mulheres internadas em um hospital psiquiátrico de Brasília. A partir desta escuta, foi criado um projeto de oficinas de música e dança, nas quais as próprias músicas retratavam o sofrimento relacionado aos papéis de gênero, por parte dessas mulheres. Como resultado, foi observada uma redução do número de contenções e uma diminuição da necessidade de intervenção drástica por medicamentos (sossega-leão).
  • Tatiane Rosa Carvalho (Unisinos), Ana Cristina Ostermann (Unisinos)
    “Tá, mas tu já sabe o que nós vamos fazer hoje né?”: da entrevista ao exame físico em consultas obstétricas
    Este trabalho está vinculado a um projeto de pesquisa maior, coordenado pela Profa. Dra. Ana Cristina Ostermann, intitulado “Gênero, sexualidade e violência: uma investigação sociolinguística interacional dos atendimentos à saúde da mulher”. A pesquisa maior da qual este trabalho deriva visa a entender como acontecem as interações entre médicos e pacientes mulheres na área de serviços públicos destinados à saúde da mulher. Valendo-nos do aporte teórico-metodológico oferecido pela Análise da Conversa (HUTCHBY & WOOFFITT, 1998; SACKS, 1992), investigamos dados naturalísticos provenientes de interações gravadas em áudio (e posteriormente transcritas) entre mulheres e profissionais da saúde em consultas obstétricas, a fim de que possamos compreender melhor como tais interações acontecem. Para este trabalho em particular analisamos a transição da anamnese (entrevista) para o exame físico (BYRNE E LONG, 1976; OSTERMANN, 2000). Através da análise do uso de diretivos (GOODWIN, 1980, WEST, 1998), essa investigação descreve como se dá a transição entre estas duas etapas. A compreensão do que acontece nesse momento específico dos atendimentos pode colaborar para a reflexão acerca da medicalização e controle do corpo feminino e da humanização no cuidado com a saúde da mulher.
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  • Marisol Marini (USP)
    Anorexia, bulimia e orientações nutricionais na mídia – fronteiras, aproximações e distanciamentos entre as práticas e concepções
    A anorexia e a bulimia são, do ponto de vista médico, transtornos alimentares tipicamente femininos e que têm se expandido cada vez mais nos últimos anos, motivados pelos padrões de beleza e valorização da magreza em nossa cultura. Por outro lado, há páginas e grupos na internet que as defendem como estilos de vida. A análise de blogs pró-anna e mia, movimento favorável à anorexia e bulimia, possibilita a compreensão de diversas representações, discursos e práticas encontrados nesses materiais, que tem o corpo como dimensão central. Aproximar esses blogs e contrastá-los às revistas voltadas ao público feminino, cujo discurso científico e oficial encontra-se “traduzido” para a linguagem do leitor, atuando como “intermediadores culturais”, permite investigar quais são as fronteiras entre comportamentos considerados “normais” e “patológicos”, confrontar orientações nutricionais e técnicas de emagrecimento. Seriam as práticas compartilhadas nas páginas da internet uma espécie de “releitura” do saber científico divulgado nas revistas ou outros meios de comunicação? Até que ponto o saber compartilhado nessas páginas não se assemelham ao saber apresentado nas revistas voltadas ao público feminino?
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  • Mônica Luiz Rodrigues (UEPB), Anita Leocádia Pereira dos Santos (UFPB)
    Formação de soldados femininos no batalhão de polícia militar, androcentrismo e implicações para a saúde da mulher
    Este texto apresenta resultados de uma pesquisa que teve o propósito de investigar e analisar as estratégias do androcentrismo empreendidas durante o Curso de Formação de Soldados - CFSd, ministrado em 2009 no Batalhão de Polícia Militar da Paraíba, e suas implicações para a saúde dos soldados femininos, com base nas experiências vivenciadas pelo grupo de alunas participantes do referido Curso. A metodologia de trabalho adotada foi de abordagem qualitativa, na modalidade da pesquisa participante com procedimentos de observação, entrevistas individuais e de grupo focal para o levantamento dos dados empíricos, que foram analisados com base na teoria da dominação masculina de Bourdieu. As análises apontam que o CFSd segue uma lógica androcêntrica e impõe às mulheres situações de iniqüidade, submissão e agravos à saúde, constatadas no processo. Este trabalho oferece informações que possibilitam a reflexão sobre a saúde física e mental da mulher integrante da Polícia Militar e espera-se que possa suscitar esforços políticos e administrativos com vistas a proporcionar relações de trabalho baseadas na equidade de gênero e respeitosas à saúde feminina, nas corporações militares.
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  • Jacqueline Isaac Machado Brigagão (USP), Roselane Gonçalves (USP)
    O uso das tecnologias em obstetricia: uma leitura critica
    Ao longo da história os modos de pensar a saúde da mulher, o parto e o nascimento sofreram transformações e configuraram as atuais práticas obstétricas. Isto pode ser observado no processo de institucionalização do nascimento e parto como um evento médico/hospitalar e no uso indiscriminado de algumas tecnologias durante o ciclo gravídico-puerperal. Estas praticas são orientadas pelo modelo biomédico e pela premissa positivista que garante o triunfo da ciência e da razão sobre quaisquer outras explicações acerca da saúde. Esses pressupostos têm orientado também os modelos de formação profissional no campo da saúde. A partir de uma leitura da historia das praticas obstétricas, numa perspectiva critica feminista, este texto tem como objetivos: propor uma discussão sobre os diferentes modos de uso das tecnologias em obstetrícia e apresentar uma perspectiva de formação de obstetrizes pautada nos princípios da integralidade em saúde e no respeito aos direitos sexuais e reprodutivos. Esta discussão justifica-se porque, apesar dos esforços do movimento de mulheres, dos profissionais de saúde e das diretrizes propostas pelas políticas publicas, no cotidiano dos serviços de saúde o uso de alguns aparatos tecnológicos ainda são super valorizados.
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  • Geórgia Thais Lima Cordeiro de Paiva Rio (Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil/RJ), Ludmila Fontenele Cavalcanti, Claudia Maria Silva Pereira (Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil/RJ)
    Mapeamento da atenção em saúde nas situações de violência doméstica e sexual no estado do Rio de Janeiro
    Introdução. Esse estudo faz parte das ações interinstitucionais (SESDEC/RJ e ESS/UFRJ) de capacitação e implantação da notificação compulsória nas situações de violência no estado do Rio de Janeiro. Objetivo. Mapear e analisar a atenção em saúde às situações de violência doméstica e sexual em cada região do estado do Rio de Janeiro. Metodologia. Trata-se de um estudo descritivo de natureza quantitativa. Foi aplicado questionário com gestores municipais de saúde, contendo informações sobre as ações de atenção às situações de violência. A análise das informações de 34 municípios permitiu observar que: a) as ações de saúde voltadas para as situações de violência concentram-se na atenção terciária e são coordenadas pelo PAISMCA e pela Vigilância Sanitária; b) população feminina em suas diferentes faixas etárias é a mais atendida; c) a maioria dos municípios não adota protocolo nos serviços e não possui um fluxo de atendimento pré-estabelecido; e d) apesar do uso da contracepção de emergência e das profilaxias para DST/Aids, a assistência pré-natal é ainda o principal encaminhamento em caso de gravidez decorrente de violência sexual. Conclusão. Esse mapeamento tem contribuído para identificar os limites e potencialidades dos municípios na atenção em saúde às situações de violência.
  • Katia Barbara da Silva Santos (UFPA)
    Ações das mulheres nas situações de conflito do Rio Gurupá e Arari
    As famílias de mulheres e as mulheres do Rio Gurupá- Cachoeira do Arari- desde a década de setenta, têm suas vidas marcadas pelo conflito: expulsão das terras às margens do rio Arari, restrições severas quanto ao uso do território para sua reprodução social, ameaças de morte, prisões, situações que caracterizam abuso de poder por parte do fazendeiro sobre o coletivo, que assume a identidade quilombola. Este conflito é marcado pela expulsão de 27 famílias em 1972 com implicações até o presente. A luta destas famílias pela titulação do seu território não significa apenas a legitimação da posse, mas sobretudo a garantia de direitos territoriais e étnicos. O objetivo do artigo é refletir as situações das mulheres que vivenciam e agem em um quadro de conflito a partir de seu deslocamento. A etnografia descreve as memórias de um grupo de mulheres sobre suas ações quando lhes tocou viver no tempo da expulsão e no agora de proibições.
  • Nancy Rita Ferreira Vieira (UFBA)
    O não-lugar da leitura: imagens de leitoras no cinema contemporâneo
    Ao se comparar a representação de leitoras na literatura dos Oitocentos com as da narrativa fílmica contemporânea, o artigo examina como a leitura (e a escrita) aparece(m) traduzida(s) como o “lugar de exílio” possível às mulheres. Notam-se, nas novas imagens de leitoras apresentadas no cinema, personagens deslocadas em seu meio e em um movimento de transfiguração pessoal, provocado pelo letramento, em busca do conhecimento de si e do fortalecimento de suas identidades.
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