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33. Gênero e Raça/Etnia na Escolarização

Coordenador@s: Maria de Fátima Salum Moreira (UNESP - Presidente Prudente), Sabrina Moehlecke (UFRJ)
O simpósio propõe discussões sobre como as desigualdades de gênero, articuladas às de raça / etnia e de classe social, estão presentes nos diferentes níveis e modalidades de ensino do sistema educacional brasileiro. Privilegiando uma abordagem sócio-histórica e cultural, pretende-se analisar e discutir tanto as políticas educacionais e os dados estatísticos macro-sociais disponíveis, quanto o cotidiano nas escolas e salas de aula, tendo como foco alunos e alunas ou educadores e educadoras, assim como os processos e resultados da escolarização, tais como as políticas públicas, o currículo, a alfabetização, o letramento, o rendimento e desempenho escolar, materiais didáticos, os níveis e diplomas acadêmicos alcançados, a inserção no mercado de trabalho e a formação de professores e professoras. Serão privilegiados textos que apresentem resultados de pesquisa e buscar-se-á a maior representatividade regional e temática possível, inclusive no que se refere às articulações das relações de gênero com as desigualdades raciais e étnicas, que poderão abranger questões referentes tanto à população negra quanto às populações indígenas e outras minorias. O que se pretende é, de um lado, desafiar as pesquisadoras e pesquisadores à uma abordagem que considere as interações entre as relações de gênero, as relações étnico-raciais e as de classe social e, de outro, articular enfoques interdisciplinares ou multidisciplinares, que possam melhor dar conta, em nível macro e micro-social, não só das desigualdades educacionais presentes, como também da gênese e trajetória dessas mesmas desigualdades

Local: Sala 323 do CFH

Resumos


24/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Elenice Silva Ferreira (UESB)
    A educação para as relações étnico-raciais na educação básica e a formação continuada do/a educador/a: a experiência do ODEREE
    O presente trabalho é o resultado da experiência como docente no curso de extensão: “Educação e culturas afro-brasileiras”, promovido pelo ODEREE/UESB, cujo objetivo é a promoção de discussões acerca da ancestralidade, diáspora do povo negro e a sua trajetória histórica no Brasil, com vistas à formação continuada/a do educador/a. O texto vem propor uma reflexão acerca da necessidade urgente de se repensar a prática educativa hoje, no que diz respeito ao ensino da história da África e da cultura afro-brasileira na educação básica, vindo à tona a partir da divulgação da lei 10.639/2003. Iniciamos pela reflexão sobre o novo papel do/a professor/a face aos desafios apresentados na sociedade que se redesenha neste início de século, marcada pela globalização da cultura, e, paradoxalmente, pela negação à diversidade. O texto discorre mostrando as propostas do ODEREE junto à comunidade da região sudoeste da Bahia, conforme exige a atual LDB, no que se refere à formação do/a educador/a em serviço, esta sendo categoria hegemonicamente feminina. Tal proposta vem ressaltar, assim, o relevante papel da Universidade como instituição de formação política, de promoção e disseminação do conhecimento.
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  • Bruno Morche (UFRGS), Clarissa Eckert Baeta Neves
    A questão racial no acesso ao Ensino Superior: políticas afirmativas e equidade
    O Brasil apresenta-se como um país com grande desigualdade racial no acesso à sua educação terciária. De acordo com dados da PNAD (2008) apenas 7,7% dos jovens negros e pardos de 18 a 25 anos estavam no ensino superior (ES). Frente a esta realidade, o presente trabalho busca investigar o processo de implantação das Políticas Afirmativas (PA) e seu impacto quantitativo no acesso a este nível de ensino. Este estudo analisou editais de processo seletivo das 88 instituições de ES (IES) que adotaram a política afirmativa; investigou o funcionamento dos sistemas de PA: os modelos de políticas afirmativas que existem nas IES; o critério básico adotado (social ou racial); a porcentagem de vagas reservadas e; o impacto da matrícula pelas PA sobre o total das matrículas nas IES públicas. O trabalho detectou que as IES publicas usam 4 diferentes modelos de PA: cotas raciais, cotas sociais para alunos oriundos de escolas públicas ou de baixa renda, cotas sociais e raciais (conjugam os dois fatores) e o modelo de acréscimo de bônus no vestibular; verificou-se que o critério social prevalece sobre o racial na maioria das IES. As PA vêm garantindo maior equidade e inclusão social no ES, contudo, o impacto quantitativo ainda é insuficiente para garantir maior democratização do acesso ao ES.
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  • Karina de Araújo Dias (UFSC)
    Diversidade etnicorracial: políticas inclusivas em contextos educativos
    O presente trabalho busca elaborar uma síntese das correntes teóricas levantadas por diferentes autores, na perspectiva de entendimento das políticas e práticas de inclusão/exclusão educacional, articulando-as com a temática da Diversidade Etnicorracial e os desafios pedagógicos propiciados pela inserção de novos componentes curriculares situados na implementação das leis 10639/03 e 11645/08. Pretende situar as políticas de ação afirmativa de contexto educativo, como um importante elemento de estudo, discussão e reflexão que, por sua vez, corrobora com as tentativas de rompimento dos processos de exclusão no interior da escola, através da hierarquização dos saberes escolares e da valorização de determinadas culturas em detrimento de outras. Busca-se refletir sobre o papel da escola e a função social da escolarização dos sujeitos, objetivando a reflexão acerca da proposição política e quais princípios a fundamentam. Visa romper com a visão simplificada dos processos de inclusão e exclusão, que reduz e desarticula a análise das dimensões políticas e de sua prática, com vistas a contribuir para a reflexão e construção de uma sociedade que respeite e valorize a diversidade humana em suas múltiplas e ricas dimensões.
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  • América Larraín (UFSC)
    Educação diferenciada em um contexto indígena na Colômbia
    O trabalho apresenta uma analise das reivindicações educativas do povo indígena Zenú, do caribe colombiano.
    O objetivo é refletir sobre os relatos de professores e alunos respeito das experiências e dificuldades na implementação de uma política educativa diferenciada (educação própria), à luz das condições e desafios que eles enfrentam no dia-a-dia e das expectativas da sociedade envolvente e do Estado. Algumas dessas experiências e dificuldades são o trabalho infantil, o casamento e a gravidez na adolescência, e a migração de jovens para as capitais próximas na procura de trabalho.

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  • Andréa Lopes da Costa Vieira (UNIRIO), Sheila Conceição da Silva (UFRJ), Veronica Cristina de Oliveira (UERJ)
    Gênero, raça e inclusão: estratégias de permanência no Ensino Superior
    Inclusão e acesso ao ensino superior têm figurado como temas especiais nos estudos e debates acerca da promoção de igualdade social das últimas duas décadas e, do mesmo modo, vem mobilizando ações políticas orientadas para a desconstrução de um padrão de exclusão característico deste nível de ensino. Contudo, o campo de análises referente às possibilidades de permanência, uma vez estabelecida a inclusão, ainda vem sendo desenvolvido. Neste sentido, este trabalho ao apresentar os resultados da pesquisa “Mapeamento das Estratégias de Permanência no Ensino Superior” tem como objetivo analisar as estratégias de permanência de discentes em duas universidades (uma privada e outra pública) focando especialmente o entrecruzamento do gênero e da raça como elementos distintivos no processo individual de elaboração de mecanismos de permanência e construção de estratégias para manutenção no ensino superior. Assim, este trabalho propõe-se a analisar as formas como o vínculo gênero-raça-ensino superior revela, sob várias perspectivas, os caminhos pelo quais elementos socialmente distintivos, em especial o gênero e a raça, levam as diferentes inserções no campo do ensino superior; e, do mesmo modo, evidencia as diferenciadas possibilidades de construção dos mecanismos de realização educacional.
  • Viviane Melo de Mendonça (UFSCar - Sorocaba)
    Mulheres e homens africanas/os, negras/as e jovens no ensino superior público: nomadismo e mestiçagem identitária no debate das políticas de ações afirmativas
    Pretendeu discorrer sobre os espaços de mulheres e homens africanas/os, negras/os e jovens no contexto do ensino superior público brasileiro onde o debate das reservas e cotas de vagas das políticas de ações afirmativas se realiza. O estudo analisou a inserção de um grupo de estudantes negras/os de Guiné-Bissau que está regularmente matriculado em curso de graduação por meio do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G). Relatos, imagens e documentos compuseram cenas e discursos que foram analisados sob a perspectiva de gênero e dos conceitos feministas de sujeito nômade e sujeito mestiço, desenvolvidos, respectivamente, por Rosi Braidotti e Gloria Anzaldúa. As análises expuseram considerações acerca dos deslocamentos territoriais e identitários que afetam e desestabilizam a constituição de projetos de vida aparentemente estáveis destes sujeitos, provocando nelas/es a produção de identidades fronteiriças e nômades decorrente de um processo de sofrimento psíquico ético-político. O lugar deste grupo “deslocado” de mulheres e homens negras/os, jovens e africanas/os cria tensão no espaço universitário público, historicamente apropriado por grupos hegemônicos; e revela também novas configurações para o debate das políticas de ações afirmativas e docência no ensino superior.
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25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Marília Pinto de Carvalho (USP), Fábio Hoffmann Pereira (USP), Mariana Marques dos Santos (USP)
    A produção discente sobre gênero e desempenho escolar no Brasil (1994-2007)
    No que se refere às diferenças de desempenho escolar entre os sexos, estudos têm apontado que há décadas, no Brasil, as moças vêm atingindo mais rapidamente e em maior proporção os níveis médio e superior de educação. Até que ponto esta questão tem dado origem a pesquisas em nossos programas de pós-graduação e que aspectos têm sido estudados? Para responder a essas questões, foi feito um levantamento da produção discente entre 1994 e 2007, que resultou na seleção de 94 resumos, dos quais apresentamos, nesta comunicação, um panorama geral. Pode-se afirmar que os trabalhos são produzidos de maneira dispersa, com pouco diálogo e escassos grupos de pesquisa. Provém da área de Educação 38% dos estudos e 27% da Psicologia, enquanto os demais foram produzidos em 20 outras diferentes áreas. Porém a produção sobre a temática cresceu mais do que o total nas duas áreas predominantes. Dentre os resumos selecionados, 57,5% tomam como problema central de pesquisa as diferenças de desempenho escolar entre os sexos e 55% pesquisaram estudantes do ensino fundamental. Se a análise das obras completas se mostra indispensável, esta silhueta inicial, contudo, indica que há uma gama importante de reflexões já acumuladas sobre as articulações entre relações de gênero e desempenho escolar no Brasil.
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  • Taluana Laiz Martins Torres (UEM), Fábio Henrique Gulo (UNESP)
    Gênero, sexualidade e exclusão: as diferenças em debate nos saberes em educação
    Apresentamos os resultados parciais da pesquisa da qual participamos com a Professora Dra. Maria de Fátima Salum Moreira, cujo objeto de estudo são discussões teóricas sobre sexualidade e suas relações com a educação escolar, presentes nas pesquisas em educação no Brasil. Objetiva-se compreender quais são os principais temas e questões discutidos, bem como as diretrizes que apontam para o enfrentamento dos problemas destacados. Para isso, foram levantados os trabalhos de mestrado e doutorado, produzidos no período de 2000 a 2004, constantes na base de dados "Ariadne", desenvolvida pelo grupo de pesquisa EdGES, da Faculdade de Educação da USP. A base visou difundir o conhecimento sobre gênero, mulheres e sexualidade na interface com a educação formal. Segue-se a abordagem sócio-histórica e da linguagem de Bakthin (1990) e os procedimentos metodológicos da “análise de conteúdo” desenvolvido por Bardin (1977). Um dos resultados apresentados origina-se do mapeamento e análise dos títulos, resumos e palavras-chave das 123 pesquisas selecionadas na Base Ariadne. Espera-se que, com esta pesquisa, possamos proporcionar subsídios para a problematização dos saberes em educação no que diz respeito ao modo como as diferenças são abordadas e os modelos fixos de identidade são questionados.
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  • João Bôsco Hora Góis (UFF), Rodrigo Antunes da Silva
    Produção de conhecimento científico, gênero e raça: reflexões a partir de dados estatísticos
    O conjunto do desenvolvimento científico e tecnológico é considerado um fator importante quando se analisa o desenvolvimento de um país. Contudo, existe uma clara hierarquização social entre as diferentes áreas do saber e fazer acadêmicos. Assim, campos de conhecimento como as engenharias e medicina são geralmente vistos como mais importantes do que outros como educação, serviço social e enfermagem. São esses campos abertos a todas as pessoas indistintamente? Qual a perfil daqueles e daquelas que têm se inserido neles? Que diferenças podem ser identificadas entre os/as que deles participam? Partindo dessas questões e utilizando duas bases de dados institucionais, nos discutimos nesse trabalho o peso de algumas variáveis no acesso e permanência em áreas do conhecimento científico e tecnológico consideradas mais “nobres”. Particular atenção é dada às variáveis raça e gênero, aqui consideradas como centrais nos processos de produção de “distinção” na sociedade brasileira.
  • Maytê Gouvêa Coleto (UNESP - Presidente Prudente), Maria de Fátima Salum Moreira (UNESP - Presidente Prudente)
    Relações propostas entre direitos humanos, direitos reprodutivos, gênero e a educação escolar
    Este trabalho é parte da pesquisa de mestrado em andamento, intitulada Sexualidade e direitos reprodutivos em produções acadêmicas: conceitos, saberes e propostas para a educação escolar, cujo objeto de investigação são as produções didáticas, disponibilizadas para as escolas públicas, resultantes de trabalhos acadêmicos desenvolvidos através de políticas públicas brasileiras de incentivo à pesquisa e à produção de materiais didáticos presentes nos editais, de 2004 a 2007, da SECAD/MEC sobre sexualidade e gênero. Nesse trabalho será apresentada uma discussão inicial dos estudos que tratam dos direitos humanos e direitos reprodutivos, bem como, das interfaces de gênero e sexualidade, e daqueles que abordam à interlocução de tais instrumentos com as políticas educacionais brasileiras. Nosso objetivo é problematizar essas relações propostas, relacionando àquilo que é preconizado as suas reais possibilidades no espaço escolar. Assim, acreditamos estar contribuindo para o debate sobre as condições dadas ao exercício das(os) docentes e demais agentes escolares, para que essas e esses possam mudar o quadro atual em que se encontra o tratamento do tema da sexualidade nas escolas com ênfase nas questões de gênero e na dimensão dos direitos reprodutivos.
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  • Karina Almeida de Sousa (UFSCar)
    Interfaces entre as políticas públicas educacionais e os marcadores sociais da diferença: leituras sobre a cidadania na pós-modernidade
    A educação é discutida neste trabalho a partir da leitura das políticas públicas educacionais (LDB, PNE, PDE) que problematiza o modelo de desenvolvimento da educação nacional ao dar relevância a inserção de atores sociais marcados na experiência da(s) diferença(s) social, vistas enquanto marcas componentes de suas identidades coletivas e individuais.
    A construção das identidades pode ser percebida nas políticas educacionais em contato com a construção da cidadania, como se identidades e cidadania fossem marcadores fixos e, além disso, ambas coincidem, assumindo que a cidadania pode ser adjetivada como uma representação cultural com um grau de homogeneidade e precisão histórica. As instituições e práticas educacionais são analisadas na direção da rediscussão do modelo de cidadania vigente, por meio do papel que desempenham na constituição do pacto social nacional.
    As possibilidades de interconexões entre os discursos produzidos no modelo educacional, elaboradas nos documentos educacionais, partem da análise das intersecções entre os marcadores sociais da diferença constituintes dos sujeitos pós-modernos que dão voz ao questionamento do modelo de cidadania em voga no projeto educacional e a manutenção do padrão de invisibilidade delegado a essa(s) experiência(s).

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  • Maria Carolina da Silva (Centro Universitário UNA)
    Relações de gênero na escola de tempo integral: normalização, escapes e cruzamento de fronteiras nas práticas curriculares do Programa Escola Integrada
    Este trabalho tem como objetivo analisar as subjetividades discentes produzidas no currículo do Programa Escola Integrada da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. O Programa tem como finalidades ampliar a jornada escolar, garantindo aprendizagem e inserção na vida cultural da cidade e na comunidade em que @s alun@s vivem. Entre as aprendizagens oportunizadas analiso aquelas relacionadas a gênero e sexualidade procurando compreender que mecanismos são utilizados para produzir certos padrões de gênero. O argumento desenvolvido é o de que no currículo analisado há um processo de normalização das subjetividades de gênero que tenta estabelecer certas atividades como femininas e outras como masculinas. Assim, há a idéia de que certas práticas (como o futebol) são restritas aos meninos, enquanto outras práticas (como a ginástica rítmica e a horta) são destinadas às meninas. Entretanto, é possível perceber que há constantes cruzamentos de fronteiras nesses espaços, já que muit@s alun@s infringem as regras estabelecidas e participam de atividades consideradas como próprias ao outro gênero, construindo outras subjetividades e mostrando que os padrões sociais são construtos frágeis e provisórios, que não se impõem a tod@s do mesmo modo e, por vezes, são contestados e subvertidos.
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26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Deise Maria Santos de Aguiar (FCT - UNESP Presidente Prudente), Maria de Fátima Salum Moreira (UNESP - Presidente Prudente)
    A intrincada trama da diversidade através do olhar das crianças: diferenças de cor/raça e classe vividas na escola
    Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de mestrado, em que o problema das crianças que vivem processos de diferenciações e desigualdades nas relações escolares foi pensado em seus possíveis vínculos com as condições sócio-econômicas e a cor/raça, sendo investigado através da percepção das crianças. Como a escola lida com o corpo negro, o cabelo crespo e a situação de pobreza percebidas entre as crianças? Que tipo de acomodações e/ou reações são observadas em suas práticas? A pesquisa teve como foco a análise das falas, atitudes e julgamentos que crianças, de uma 4ª série do ensino fundamental, da rede pública estadual, expressavam em relação às práticas de diferenças de cor/raça e classe vividas na escola. Foram feitas observações, entrevistas semi-estruturadas e outros. Entre outros resultados, constatou-se que as crianças percebidas como pobres e pretas, ficavam à mercê de percepções que lhes marcavam um lugar socialmente diferenciado, sendo vítimas de “brincadeiras” de mau gosto, como tapas, apelidos discriminatórios, xingamentos e maus tratos; ao serem questionadas sobre o que fariam, se pudessem mudar algo nas relações com a(o)s colegas, responderam que gostariam de ser aceitas por eles e não sofrer com as discriminações que acontecem na escola.
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  • Lindamir Salete Casagrande (UTFPR), Marilia Gomes de Carvalho (UTFPR)
    A relação de alunas e alunos com a Matemática: uma comparação entre o que eles dizem e o que as notas indicam
    O objetivo deste artigo é apresentar os resultados de uma pesquisa sobre a relação de alunos de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental com a Matemática. O estudo foi baseado em respostas dos estudantes a um questionário de 6 questões aplicado a alunos de uma turma de cada série pesquisada e na análise das notas registradas nos diários de classe de Matemática das mesmas turmas. A pesquisa foi realizada com 126 estudantes (70 meninas e 56 meninos) de um Colégio Estadual localizado na região central de Curitiba. Com o questionário buscou-se verificar se há diferença na postura de meninos e meninas em relação à Matemática. Por meio das perguntas buscou-se saber se eles e elas gostam de Matemática, se acham fácil e se entendem as explicações dos professores e professoras. Perguntou-se ainda como os estudantes percebem o auto-rendimento nas avaliações de Matemática, bem somo se eles acham esta disciplina importante para a sua vida futura. Posteriormente foi feita a comparação entre as respostas dos estudantes e as notas por eles obtidas nas avaliações. Por meio da análise das respostas pode-se perceber que há diferença na postura de meninos e meninas em relação à Matemática. Esta diferença, que é pouco significativa, ora favorece aos meninos ora às meninas.
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  • Roseli Kubo Gonzalez (USP)
    Encaminhamento de meninos e meninas para salas de recursos: um olhar de gênero
    Esta pesquisa, de natureza qualitativa, pretende averiguar quais motivos embasam o encaminhamento de meninos e meninas para salas de recursos da rede municipal do estado de São Paulo. Procurar-se-á verificar se haveria diferença entre o que os docentes atribuem como dificuldades no processo de aprendizagem escolar apresentadas pelos meninos e as relacionadas às meninas e se há critérios definidos e claros para o encaminhamento dessas crianças ou se na prática estes critérios diferem quanto ao sexo do aluno. Dados oficiais confirmam a prevalência de 2/3 de meninos entre as matrículas da educação especial registradas na Brasil. Todavia, estudos localizados sobre o tema diferenças de sexo e de gênero e escolarização não são conclusivas e constatou-se número restrito de literatura sobre este tema, sendo assim, justifica-se a realização desta pesquisa. Para a coleta de dados há previsão de uso de fontes documentais, incluindo análise de prontuários, livros de ocorrência e demais elementos a serem oferecidos pelas escolas que comporão a amostra de campo, bem como questionários e entrevistas com docentes e profissionais destas unidades escolares. Espera-se contribuir para a compreensão dos fatores que geram ou mantém desigualdades de tratamento de alunos com deficiência nas escolas.
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  • Cintia Tuler Silva (UFSC), Clarícia Otto (UFSC)
    Memórias sobre o cotidiano escolar: encontros e desencontros entre negros e alemães em São Pedro de Alcântara (SC)
    Este trabalho é resultante da pesquisa que vem sendo desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação, nível de Mestrado, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sob o título “Negros em São Pedro de Alcântara (SC): os processos educativos e a formação da identidade de afrodescendentes na segunda metade do século XX”. Por meio dessa pesquisa objetiva-se analisar como os processos educacionais, desenvolvidos no município de São Pedro de Alcântara, contribuíram (ou não) na construção da identidade étnico-cultural da população de origem africana, haja vista ser um município fundado por alemães e ter a predominância de seus descendentes até a atualidade. Especificamente, neste trabalho, toma-se a memória como principal aporte teórico-metodológico. Ou seja, por meio das falas/memórias de estudantes afrodescendentes, busca-se compreender como se deu a construção dos espaços de sociabilidades, das questões identitárias, de gênero, os conflitos interétnicos, enfim, o conjunto de representações acerca da pluralidade cultural.
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  • Viviane Angélica Silva (USP)
    Gênero e raça no percurso acadêmico de professoras negras do ensino superior
    Este trabalho busca refletir sociologicamente sobre os itinerários corporais de professoras negras do ensino superior a partir dos seguintes marcadores sociais de diferença: gênero e raça. A pesquisa investiga se as docentes negras explicitam ou não significados atribuídos socialmente ao corpo da mulher negra e se percebem os mesmos com alguma relação com seu processo de escolarização, pertencimento ao corpo docente do ensino superior, sua carreia acadêmica e o reconhecimento da sua produção científica. Ou seja, compreender o amálgama ser mulher negra e professora do ensino superior a partir das experiências socializadoras percebidas como vinculadas à sua corporeidade. Entendendo corpo, gênero e raça como categorias socialmente construídas interessa analisar os aspectos que decorrem quando essas três representações sociais aparecem associadas, no campo específico da docência no ensino superior. Por meio das narrativas será extraído o registro das experiências sociais das docentes que estejam relacionadas com seu corpo, tendo como base três momentos: o que antecede a entrada na universidade, a escolarização superior e a vivência na instituição. A entrevista, a construção da narrativa pela entrevistada e as possibilidades analíticas acontecerão sob as perspectivas da História Oral.
  • Kelly Cristina Fernandes da Rosa (UNESC)
    Identidade afro-descendente de uma mulher, negra e educadora no sul de Santa Catarina
    Procurei focar, nesta pesquisa, o trabalho da professora Enedina Rosentina Alano da Rosa, afro-descendente, militante política, educadora, religiosa e organizadora dos movimentos sociais. O interesse por estudar e compreender a atuação dessa professora negra, sua presença no magistério durante 50 anos, ao longo de sua história, surgiu por influência de um número significativo de pesquisas a respeito de outros educadores negros do Brasil.Assim, o objetivo geral desta pesquisa é estudar/registrar a identidade da professora Enedina, dando visibilidade e voz à alfabetizadora, preservando sua história de vida e sua atuação profissional no sul catarinense.A coleta dos dados foi feita com as filhas Onélia e Oneide através de depoimentos/entrevistas e ainda nas escolas onde Enedina trabalhou.Sua trajetória histórico-educacional se inicia no município de Laguna, onde cursou o ensino complementar no Grupo Escolar Jerônimo Coelho.Já o percurso como trabalhadora da educação começa em 1924, em Roça Grande (Imbituba), onde permaneceu por cinco anos; depois seguiu para Samambaia (Imaruí), lugar em que se casou e teve os filhos. Mudou-se, então, para Rio Queimado (Orleans), vivendo por lá cinco anos até a sua aposentadoria, vindo para Criciúma onde trabalhou ainda com alfabetização de adultos.
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  • Francis Musa Boakari (UFPI)
    Mulheres afrodescendentes de sucesso: confrontando as discriminacoes brasileiras
    Uma das características mais evidentes da sociedade brasileira consiste na naturalização das desigualdades. Larson e Ovando (2003) observam que quando existe tal situação de modo consistente, há tendências de fortalecer e transmitir a mesma de uma geração para outra. Ao mesmo tempo, há membros do grupo dominado que conseguem superar a sua condição de dominada (FORDHAM, 1993; GOMES, 2005). No caso de Afrodescendentes brasileiras de sucesso, a questão consistia em desvendar como um grupo deste segmento da população brasileira de gerações diferentes, trabalham para superar as discriminações. As suas falas, atitudes e práticas indicam não somente características pessoais marcantes, mas também, utilização de estratégias de navegação social criativa para "chegar lá" (CALDWELL, 2001; MUNANGA, 2005). Os efeitos do tempo nesses fatores determinantes, também, se destacam. Finalmente, elementos chaves do estudo, tais como as intersecções entre as diferanciações de raça-étnica, gênero e condição social, especialmente em termos dos atuais discursos igualitários e meritocráticos, são focalizados.
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