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48.1 Sexualidades em debate

Coordenador@s: Laura Cecilia López (UNISINOS), Miriam Steffen Vieira (UniCV - Universidade de Cabo Verde)
Nas últimas décadas emergiram campos de debates e de intervenção política que problematizam noções hegemônicas de saúde, seja com uma perspectiva étnico-racial (tendo como exemplo, a discussão de “saúde da população negra” impulsionada pelo movimento negro), seja contestando o poder masculino vinculado à biomedicina (a “saúde da mulher” a partir da militância feminista). Na interface desses campos, o movimento de mulheres negras, por exemplo, vem colocando questões que desafiam os debates em torno de raça, ao incorporar a perspectiva de gênero; e a discussão de gênero ao aliar a questão racial. Temas como o aborto, o HIV/AIDS, o turismo sexual e a violência sexista ganham novos contornos a partir de um olhar na intersecção de raça e gênero. Com o foco em políticas de saúde, a proposta do ST é reunir trabalhos (sejam eles reflexões acadêmicas ou relatos de experiências de militância) que problematizem a agenda política em torno da saúde e direitos na interface de raça, gênero e sexualidade; reflexões em torno de agendas políticas concretas; trabalhos sobre a presença do recorte racial em políticas de saúde e sobre as lógicas das classificações raciais; formas de atualização de discursos e práticas racistas e sexistas bem como seu cruzamento através de discursos racializados sobre gênero; assim como reflexões sobre biopoder e práticas de saúde.

Local: Sala 925  Pós-Enfermagem do CCS

Resumos


25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Cristiane Cavalcanti Freire (UFPB), Aurea Carneiro
    Um olhar de gênero na epidemia da AIDS: quebrando silêncios
    A pesquisa faz um resgate histórico sobre a políticas de saúde em HIV/Aids, analisando as representações sociais da epidemia junto as mulheres soropositivas no Estado da Paraíba, na perspectiva das relações de gênero e das vulnerabilidades, compreendendo a dimensão da sexualidade em interface da adoção ou não de práticas preventivas relacionadas com o cuidado da sua saúde sexual e reprodutiva. No campo da sexualidade de forma protegida, identificamos algumas dificuldades que as mulheres vivenciam: a negociação do uso do preservativo; falta de autonomia e de empoderamento; violência de gênero e a falta de percepção das mulheres ao risco de se infectarem pelo HIV/Aids. Tudo isso reforçado pelo sistema patriarcal e machista que vem negando às mulheres o direito a vivenciarem de forma livre e respeitada a sua sexualidade, tornando-as cada vez mais vulneráveis ao risco de infecção do HIV/Aids. A metodologia utilizada parte do significado do HIV/Aids e suas implicações na sua saúde sexual e reprodutiva das mulheres portadoras, utilizando a entrevista em profundidade como instrumento basilar para a pesquisa. Identificamos a partir das vozes das mulheres que o serviço público de saúde não atende suas necessidades, principalmente, em relação aos direitos reprodutivos.
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  • Jaciara Oliveira Leite (UFG), Ana Márcia Silva
    As relações entre educação do corpo, gênero e sexualidade em um abrigo para meninos
    Este trabalho objetivou discutir as relações entre educação do corpo, gênero e sexualidade no contexto de um abrigo para crianças e jovens do gênero masculino. Foi realizado um estudo de caso em um abrigo para meninos no município de Florianópolis, tendo sido utilizadas as seguintes técnicas e instrumentos de pesquisa: observação participante, entrevista e grupo focal. Os principais resultados apontam para uma dificuldade cotidiana por parte dos adultos responsáveis em lidar com as manifestaçoes de sexualidade dos meninos, muitas vezes implicando em repressões do brincar.
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  • Daniel Oliveira (UFRGS)
    Nuances sociais entre os sexos feminino e masculino: análise sobre o perfil social dos(as) enfermos(as) acometidos(as) por doenças venéreas nos hospitais de Porto Alegre em fins do século XIX
    Esta pesquisa buscou analisar o perfil social de enfermos(as) acometidos(as) por doenças venéreas que receberam assistência médica na Santa Casa de Misericórdia e no Hospital da Sociedade de Beneficência Portuguesa, de Porto Alegre, durante os anos de 1881 a 1892. A pesquisa foi realizada por meio de análise sobre informações (idade, naturalidade, cor, profissão, estado civil, enfermidade, classe etc.) dos(as) enfermos(as), que foram transcritas de Livros de entrados nas enfermarias daqueles hospitais. Ao total foram transcritos e analisados 1.218 registros de enfermos(as) acometidos(as) por doenças venéreas. Deste número, apenas 128 registros são referentes à entrada de pessoas do sexo feminino. Para a análise dos dados obtidos, foi adotada metodologia que se guia na perspectiva de comparação e relação de aspectos sociais entre os sexos, gerando assim uma estreita aproximação com as questões de gênero. A metodologia e o referencial teórico utilizados neste estudo estão ligados à História Social e Cultural (BURKE, 2005; PESAVENTO, 2005), com uma abordagem quantitativa (BECKER, 1993; CLEGG 1995), nos domínios da História da Saúde (ARMUS, 2005; WEBER, 1999; WITTER, 2007), Urbana (PESAVENTO, 1995) e das Mulheres (FREIRE, 2009; PERROT, 2007).
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26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Janaína Bacelo de Figueiredo (Faculdade Padre João Bagozzi)
    Identidade e orientação sexual na obra no presente, de Márcio El-Jaick: uma renovação temática na litertura infanto-juvenil
    O presente trabalho tem como objetivo analisar a obra No Presente, de Márcio El-Jaick, a partir de seus recursos narrativos, tais como: personagens, foco narrativo e linguagem, evidenciado por meio de tais recursos o processo de construção identitária da personagem central e suas problemáticas. A obra em questão, em função de traços que serão salientados, será analisada sob a perspectiva temática de uma obra considerada Infanto-Juvenil, que a aborda um assunto considerado tabu nessa modalidade literária: a orientação e o desejo sexual. Devido a sua qualidade estilística e literária a obra em questão distancia-se do estereótipo didático-pedagógico que acompanhou a Literatura para crianças e jovens no decorrer de sua história, além de propor uma renovação temática bastante pertinente e de extrema importância no panorama da Literatura Infanto-Juvenil Contemporânea.
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  • Benícia Oliveira da Silva (FURG), Paula Regina Costa Ribeiro (FURG)
    Quando o assunto é sexo, o que as meninas querem saber? Quem pode responder?
    A mídia tem capacidade de socializar e disseminar informações, tornando a cultura, os significados e as representações de homens e mulheres triviais a população. Dentre as instâncias midiáticas que vêm atuando nos processos de constituição dos sujeitos, analiso a mídia impressa, especificamente a seção intitulada Sexo da revista CAPRICHO para desenvolver minha pesquisa de mestrado, na qual busco investigar os discursos presentes nesta seção e como estes interpelam as adolescentes, em especial as formas como a sexualidade vem sendo (re)produzida, reconhecendo que ao abordar questões acerca desta temática a CAPRICHO possibilita outras formas de pensá-la, rompendo hegemonias e aproximando diversidades. Entendo que ao construir e divulgar significados acerca da sexualidade adolescente feminina, a seção analisada produz efeitos sobre suas sexualidades. Os saberes e conhecimentos acerca da temática também são/estão atribuídos às ciências e às vozes as quais foram conferidas a autoridade e a capacidade de falar a respeito de tal assunto. Assim, como complemento à seção Sexo, são apresentados dicas e comentários assinados, quase que em toda sua totalidade, por psicólogos e sexólogos, promovendo, reproduzindo e fixando os discursos científicos e biologicistas à sexualidade.
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  • Alexandre Bortolini (UFRJ), Luan Carpes Barros Cassal (UFRJ)
    Diversidade sexual na escola: formação continuada, redes e multiplicação
    O Projeto Diversidade Sexual na Escola é uma realização da UFRJ, em parceria com o MEC e a SEDH. Como ações principais, o projeto realiza atividades de formação e sensibilização junto a profissionais de educação da rede pública e estudantes da educação básica, além do desenvolvimento de materiais de orientação para educadores.
    Como resultado das edições 2007, 2008 e 2009 do curso, foram construídos cerca de 150 projetos de intervenção, produzidos pelos cursistas, propondo ações no seu contexto escolar. No entanto, apenas cerca de 50% dos projetos foram implementados e, em grande parte, só parcialmente. A partir dessas experiências, propomos uma mudança metodológica, em que as atividades de intervenção aconteçam durante o curso, contando com o suporte técnico e político.
    Outro ponto fundamental diz respeito às redes de apoio, institucionais e sociais, que os profissionais de educação encontram depois de concluído o curso, sem as quais fica muito difícil desenvolver ações de multiplicação. Assim, propomos ações complementares que, de um lado, mobilizem as escolas dos cursistas, e, de outro, sensibilizem as organizações sociais e movimentos organizados locais que atuam na área dos direitos humanos para que construam uma maior articulação com o campo da educação.

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  • Andréa Costa da Silva (UFRJ), Vera Helena Ferraz de Siqueira (UFRJ)
    Livros paradidáticos que abordam a gravidez na adolescência: um olhar sobre imagem e texto
    Com este artigo visamos compartilhar os resultados da pesquisa de doutorado em andamento, direcionando o olhar para as relações dinâmicas entre modos lingüísticos e imagéticos que compõem livros paradidáticos sobre gravidez na adolescência usualmente utilizados na discussão da sexualidade juvenil, centrando nossa análise nas categorias sexualidade e gênero. Sustentando-nos em noções foucaultianas, principalmente sobre o papel do biopoder na sociedade moderna, bem como em estudos de gênero, procuramos compreender os contextos culturais e sociais em que estas obras estão inseridas e como estão implicadas no estabelecimento de mediações com os sujeitos leitores: professores/as e alunos/as. Os resultados, ainda preliminares, apontam para representações essencializadas da maternidade e para a gravidez como problema social corroborando com o perfil discursivo apresentado na discussão da temática na esfera escolar.
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  • Fernando Cézar Bezerra de Andrade (UFPB)
    Projeto Em Cena: o cinema como proposta de formação em relações de gênero na escola
    Relata-se experiência de formação de educadoras, envolvendo docentes das redes públicas, graduandas e público em geral, realizada em 2009 na UFPB. Com a criação de material pedagógico relativo aos filmes (resenhas, criação de blogue, sugestões para atividades nas escolas) em torno das temáticas da sexualidade e das relações de gênero na escola, o Projeto Em Cena buscou fomentar o debate sobre as possibilidades e os limites de intervenções pedagógicas que problematizem representações andro e heterocêntricas e promovam relações de gênero mais equânimes na escola. Escolheu-se o cinema graças à sua penetração cultural, à difusão de tecnologias que favorecem seu uso na escola, bem como à narrativa provocante dos filmes escolhidos e ao apelo (lúdico, cognitivo, afetivo) dessa linguagem. Prepararam-se seis sessões de cinema, com a exibição integral um filme por mês, seguida de debate sobre a violência contra mulheres, a homofobia, a transfobia, a lesbofobia, suas manifestações na escola e formas para sua superação. Falas de participantes durante debates são analisadas para avaliar mudanças nas representações de gênero e sexualidade. Conclui-se discutindo o alcance dessa linguagem na transformação de mentalidades e práticas constitutivas das relações de gênero na escola.
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  • Ana Cristina Leal Moreira Lima (UFRJ), Vera Helena Ferraz de Siqueira (UFRJ)
    Questões de gênero no campo de ensino em Ciências: investigação sobre temáticas e construções teóricas prevalentes em periódicos
    Neste trabalho realizamos um levantamento de artigos que contemplam questões de gênero, em periódicos de expressividade acadêmica do campo do Ensino em Ciências e da Educação. Selecionamos 29 artigos publicados entre 2004 e 2009 em 5 revistas avaliadas como A1 ou B2 pelo Qualis Capes nas respectivas áreas, a saber: Cadernos de Saúde Pública, Pro-Posições, International Journal of Science, Educação e Realidade e REEC- Revista Eletrónica de Enseñanza de las Ciencias. Nosso objetivo foi identificar as temáticas contempladas nos artigos e analisar as suas perspectivas teóricas, visando compreender de que forma o campo do ensino em ciências vem tratando as questões de gênero. Quanto às temáticas, destacaram-se a associação de gênero ao ensino e aprendizado, a diferenciação sexual no ambiente de ensino, a educação sexual, a prevenção de DST/AIDS e a gravidez na adolescência. Além dos contextos formais de ensino (escolas e universidades) outros cenários não formais de aprendizagem foram contemplados. Chamou atenção a pouca influencia dos paradigmas biologicistas, havendo uma predominância da perspectiva de gênero como construção social, a qual apareceu de forma mais evidente em artigos com foco nas construções identitárias e nas construções sócio históricas de diferenças de gênero.
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