Você está em: Página inicial » Simpósios Temáticos » 73.1 Trabalho, esquerdas e feminismos

73.1 Trabalho, esquerdas e feminismos

Coordenador@s: Albertina de Oliveira Costa (Fundação Carlos Chagas), Sueli Siqueira (UNIVALE)
Este Simpósio Temático será espaço para a interlocução das pesquisas sobre Trabalho com as pesquisas que versam sobre a Militância Política. Em ambas tem-se em comum a percepção de que são questões marcadas por relações de poder e pela vontade de mudança através do questionamento e da mobilização.

Local: Mini-auditório - Ciências Contábeis - do CSE

Resumos


24/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Andréa Bandeira (UFBA)
    Mulheres e militâncias: a feminina nos espaços políticos de resistência à ditadura político-militar (Recife, 1964-1974)
    As mulheres têm memórias de sua atuação nos movimentos de resistência à ditadura implantada no Brasil com o Golpe Civil-militar de 1964, bem como, nos movimentos pró-golpe. Na cidade do Recife, nesse período em específico, estas mulheres envolveram-se com uma militância de esquerda e/ou de direita e nelas desenvolveram diversas formas de atuação política. Paralelamente, o estado, os partidos e as organizações pró e contra a ditadura instituíram o lugar da feminina nas práticas políticas, fundamentadas na imagem estabelecida do papel social das mulheres. Este trabalho busca analisar e narrar os deslocamentos conquistados pelas mulheres em relação ao papel tradicionalmente imposto, possibilitado pela dinâmica dos movimentos, na luta de resistência e na violência sofrida pela repressão. Repressão esta que, através dos seus órgãos, atuou em relação às mulheres-militantes também apoiados em modelos conservadores para esquematizar o tipo de tortura impetrada contra essas militantes que participaram de alguma forma dos movimentos de resistência. Bem como, observar, no conjunto, a partir de um confronto entre as militâncias femininas de direita e/ou de esquerda, como as mulheres ultrapassaram os esquemas tradicionais de participação social e política e fixaram novos valores de gênero.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Marcela Fernanda da Paz de Souza (UFJF)
    Uma análise comparativa do percentual de variação feminina no mercado de trabalho nos anos de 1992 e de 2008 – um reflexo das relações de poder de gênero
    O artigo é resultado parcial da dissertação de mestrado, Estrutura Social, Inserção Feminina e Efeitos na Renda no Brasil. O cenário feminino brasileiro no mercado de trabalho no país é retratado pelos avanços e pelas continuidades da mulher no mundo laboral. Apresenta-se neste ensaio os percentuais de variação das mulheres na tipologia de classe - baseada na classificação socioeconômica para o Brasil, construída por José Alcides Figueiredo Santos. Ao se analisar comparativamente os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), dos anos de 1992 e de 2008, constatou-se um alto percentual feminino em ocupações desprivilegiadas como as empregadas domésticas, autônomas precárias e trabalhadoras elementares, ao lado de um progresso das mulheres nos posicionamentos de classe que exigem qualificação e perícia, como as gerentes, qualificadas e especialistas. Reflete-se como a aquisição de capital humano contribui para o aumento do número de mulheres em categorias que anteriormente eram de predominância masculina. Um outro ponto a ser destacado neste estudo é que além da desigualdade entre homens e mulheres, há uma acentuação das relações de poder entre as próprias mulheres. Utilizou-se, ainda, como referenciais: Anita Kon, Cristina Bruschini, Joan Scott, Jurema Brites.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Laila Priscila Graf (UFSC), Maria Fernanda Diogo (UFSC), Maria Chalfin Coutinho
    Sentidos do trabalho para mulheres em contextos urbano e rural
    te estudo focou os sentidos do trabalho para mulheres em contextos urbano e rural a partir da articulação de duas pesquisas qualitativas realizadas com trabalhadoras no estado de Santa Catarina. Ambos os estudos utilizaram como escopo de análise as categorias Trabalho e Gênero. O primeiro estudo de caso analisou o trabalho de mulheres que exerciam funções de limpeza e conservação em uma empresa prestadora de serviços na região da Grande Florianópolis, o segundo desenvolveu-se com trabalhadoras de abatedouro avícola localizado no interior do estado. O presente texto articula as análises efetuadas nestas duas pesquisas sob três enfoques: inserção profissional na atividade, cotidianos de trabalho e perspectivas profissionais futuras. As trajetórias profissionais destes dois grupos de trabalhadoras, a inserção na profissão, o comprometimento com a execução de trabalhos nos âmbitos doméstico e remunerado e os projetos futuros por elas engendrados possibilitaram compreender como os sentidos do trabalho para estas mulheres encontravam-se atravessados pelas suas possibilidades concretas, com destaque para os lugares de gênero ocupados por elas, entendendo o sujeito como social, historicamente determinado, constituído e constituinte do contexto no qual estavam articuladas.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Isaura Isabel Conte (UNIJUI), Catine Cinelli (UNIJUI), Noeli Valentina Weschenfelder (UNIJUI)
    A construção do feminismo e da identidade camponesa no Movimento de Mulheres Camponesas
    ser mulher camponesa militante do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) tem significado reconstruir parte de uma identidade, fortemente vinculada ao trabalho de produção e reprodução da vida. Este artigo possui como finalidade trazer reflexões sobre o universo de trabalho e a produção de conhecimentos que se dá no Movimento. É baseado em pesquisas bibliográficas e de campo, sendo aplicados questionários à mulheres militantes e dirigentes do MMC do Rio Grande do Sul bem como efetuado observações. Evidencia-se que as mulheres em seus processos de luta feminista, têm conseguido politizar e questionar práticas sociais e as suas em particular, considerando a possibilidade de transformação rumo a uma nova sociedade. Em movimento, defendem o campesinato como local de trabalho que gera sobrevivência, conhecimento e dignidade ao passo que tentam superar práticas discriminatórias, desde a sobrecarga de trabalho e a delimitação no espaço privado e sem reconhecimento a que foram submetidas. Para tanto, as mulheres pautam discussões e ações acerca do que chamam de novas relações de gênero tanto internamente no MMC quanto em relações e processos de luta com outros Movimentos e sociedade.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Elizabeth Sousa Abrantes (UEMA)
    Ana de Castro Osório: feminismo e a educação da mulher como dote simbólico
    Este estudo aborda o pensamento da feminista Ana de Castro Osório sobre a instrução feminina como seu símbolo moderno de dote no início do século XX. As críticas da escritora portuguesa dirigiam-se especialmente para as mulheres de camadas médias, acusando-as de buscarem sua satisfação nas pequenas vaidades do luxo, não aspirando senão ao casamento, para ele se criando e “engalanando”, nele pondo a única esperança de suas vidas. Sua preocupação era com a mulher sem fortuna, cuja educação até aquele momento não a tornava superior pela inteligência cultivada, nem apta a ser independente pelo próprio trabalho. Portanto, se entre as ricas o dote material ainda valia como segurança de um bom casamento e garantia de um futuro próspero, e entre a mulher do povo a sua força de trabalho era o dote que ajudaria o marido ou a si própria a manter a sobrevivência da família, era para as mulheres de classe média, especialmente, que recomendava o dote simbólico da educação. A instrução representava seu dote para uma vida independente caso não se casasse por sua livre escolha, ao mesmo tempo em que esse “dote espiritual” aumentava também as chances de um “bom partido”, ao valorizar a mulher de classe média no mercado matrimonial.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Joana Vieira Borges (UFSC)
    Leituras no exílio: memórias de militância e leituras feministas no Brasil e Argentina (1960-1980)
    Esta comunicação pretende analisar as trajetórias de leituras realizadas por mulheres que no contexto das ditaduras militares atuaram em organizações políticas ao mesmo tempo em que se identificaram com os movimentos feministas, e que por conta dessa conjuntura vivenciaram situações de exílio. Mulheres que fazem parte de uma geração específica de feministas que entre as décadas de 1960 e 1980 viveram suas juventudes atuando nas universidades, em partidos políticos e/ou outros setores de militância, e que nos dias de hoje se sentem ligadas por esse passado em comum. O objetivo neste trabalho é pensá-las enquanto uma “comunidade de leitoras feministas” através de suas narrativas memorialísticas sobre esse período.
    DownloadDownload do Trabalho

25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Osmar Moreira de Souza Júnior (UFSCar), Heloisa Helena Baldy dos Reis
    O canto das Sereias: migrações e desafios de meninas que sonham ter o futebol como profissão
    O futebol é tido como um dos maiores fenômenos da sociedade contemporânea, tendo o Brasil adquirido o status de país do futebol. Contudo, tanto no Brasil como em muitos países, este esporte tem se constituído em uma reserva masculina, promovendo a manutenção de um cenário que deixa a mulher à margem ou como mera coadjuvante, legitimando as esferas do trabalho e do lazer como domínios de homens. Assim, esta pesquisa analisa os interesses e expectativas que movem garotas de quase todo o país a participar de um teste para a equipe do Santos Futebol Clube. Participaram dos testes em janeiro de 2010, 1128 garotas com idades entre 14 e 20 anos, de 20 estados e Distrito Federal, sendo selecionadas apenas cinco. O estudo tomou como referência de análise uma entrevista semi-estruturada com uma das participantes que revela ter aspirações em jogar na seleção, e sonha com uma melhoria do nível do futebol feminino. Na opinião desta apesar do futebol consolidar-se como um espaço de lazer para as meninas o mesmo não ocorre enquanto profissão ou possibilidade de trabalho. O cenário apresentado e os dados da entrevista indicam que, apesar dos avanços, a mulher ainda não consegue se apropriar do futebol com legitimidade e dignidade.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Sissi Aparecida Martins Pereira (UFRRJ), Camila Valente de Barros Moreira (UFRRJ), Dayana Soares Franco (UFRRJ)
    Representação feminina na docência e nos cargos decisórios da UFRRJ
    A origem da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro foi o ensino agrônomo, vinculada ao Ministério da Agricultura Indústria e Comércio, por isso caracterizou-se pela presença masculina na docência. O objetivo do presente estudo é investigar a representação feminina na docência e nos cargos decisórios da UFRRJ. A pesquisa está se desenvolvendo através de um estudo qualitativo, visando discutir as relações de gênero através da representação docente na UFRRJ, mais especificamente acerca da qualificação dos professores e a ocupação de cargos decisórios pelo sexo feminino. O estudo utiliza um procedimento de levantamento e a estatística descritiva para o tratamento dos dados. Dos 512 professores/as efetivos/as, observa-se que 331 são do sexo masculino e 181 do sexo feminino, divididos em: homens - 51% com Doutorado, 12% com Mestrado, 1% com Especialização e 1% apenas com graduação; mulheres – 29% com Doutorado, 6% com Mestrado, e com especialização e graduação existe apenas uma professora para cada uma destas titulações. Com bases nos dados, é notória a diferença entre a participação do homem e da mulher, com o masculino em evidência, porém a mulher vem com o tempo se inserindo cada vez mais no espaço de trabalho da UFRRJ e procurando se qualificar para se apresentar competente.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Priscila Freire Rodrigues (SEMED)
    O gênero na dimensão do trabalho e dos saberes
    O presente trabalho realiza uma análise da participação da mulher nas relações de gênero no âmbito do trabalho no que tange especificamente o seu papel no manejo de plantas medicinais como uma atividade do contexto da casa ou do doméstico. Este contexto representa um momento significativo na atribuição de papéis sociais de gênero no âmbito da divisão social do trabalho pautado na divisão sexual. Assim, também é estabelecida uma relação de poder multifacetada que se manifesta em diferentes aspectos. Dentre esses aspectos é possível perceber a reafirmação de estereótipos que sustenta a idéia de subalternidade, por um lado, mas, por outro lado, revela o domínio específico de um saber que pode agregar uma dominação feminina. O domínio que se revela no conhecimento de plantas medicinais reflete em uma autoridade para lidar com o corpo, tratar dos males físicos e espirituais, e na reprodução desse saber como um trabalho feminino. Em diferentes realidades no Estado do Amazonas é possível perceber que tais experiências se repetem ao mesmo tempo em que se reelaboram em um processo sócio-cultural que designamos como herança de saber.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Walter Alonso Bustamante Tejada (Centro de Estudos de Gênero da Universidade de Antioquia)
    Entre discursos corporais e discursos do controle. Historia dos travestis no impresa sensacionalista. Colombia 1954-1976
    Este trabalho dá conta dos achados da investigação Homofobia e aggressões verbalis, o sanção por transgredir a masculinidade hegemônica. Colômbia 1936-1980, feito a partir do jornal Acontecimentos Sensacionais. Neste jornal sensacionalista, que circulou entre 1954 e 1976, apareceram travestis de que foram falados com o objetivo para emitir mensagens moralizantes à sociedade, porque foram envolvidos em fatos criminales ou escandalosos. Nessa época abindaban discursos médicos e penales para punir àqueles que se distanciaban do estabelecido para a experiência do erotismo e os papeis de gênero. A estes foi adicionado o de este meio de comunicação que quiso criar um objeto o que se chamou extravagante, escandaloso, mulheres falsas ou artificiais, afeminados e aquele ajudou assim fortalecer as motivaçãos para a censura. Mas para o historiador com perspectiva de gênero, este jornal transforma-se em fonte para reconhecer mecanismos da construção de discursos alternativos, da resistência, de discursos corporais antes da necessidade do sobrevivência. As travestis não tinham grupos nem organizações, não tinham discursos dos direitos, sua corporalidade era seu discurso, elas enquanto a expressão da performatividade do gênero enfrentaram e enfrentam a censura; e viveram e vivem hoje.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Soraia Carolina de Mello (UFSC)
    Feminismos no Cone Sul debatendo o trabalho doméstico (1970-1989)
    Esta comunicação tem como objetivo trazer as discussões e problematizações dos feminismos de Segunda Onda no Cone Sul a respeito do trabalho doméstico feminino. Utilizando como fonte produções impressas desses feminismos, e com base metodológica da historiografia, observam-se os questionamentos a respeito da naturalização das funções domésticas das mulheres, do peso desse trabalho que parece muitas vezes invisível, assim como dos problemas enfrentados no dia a dia das donas de casa, cumpram elas dupla jornada ou não. A questão do tempo das mulheres e do trabalho "que nunca termina", ou seja, das jornadas que parecem não ter fim, está muito presente também nas fontes que, buscando explicitar as funções domésticas femininas como uma construção social, cultural e histórica, apresentam uma base teórica para o que hoje é reconhecido como uma problematização de gênero da questão.
    DownloadDownload do Trabalho
Apresentação | Site geral do FG | Comissões | Inscrições | Programação | Cronograma | Anais Eletrônicos | Simpósios Temáticos
Pôsteres | Minicursos | Oficinas | Reuniões | Cultura | Lançamentos | Mostra Audiovisual | Mostra de Fotografias
Crianças no FG9 | Informações úteis | Hospedagem | Transporte | Notícias | Entre em Contato
Visite o web-site da DYPE Soluções!