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20. Entre-lugar, deslocamento e crítica cultural

Coordenador@s: Custódia Selma Sena (UFG), Eliana de Souza Ávila (UFSC)
Lançado no Brasil através do ensaio “O Entre-Lugar do Discurso Latino Americano” (1978), o conceito de “entre-lugar” de Silviano Santiago relaciona-se diretamente com os deslocamentos culturais estudados em termos mais correntes como “zona de contato” (Pratt, 1992), “transculturação” (Ortiz, 1940) “hibridismo” (Bhabha, 1994), “mestizaje” (Anzaldúa, 1999) e “tradução cultural” (Spivak, 2000), entre outros de diversas áreas dos estudos pós-coloniais, tornados bem mais correntes, sintomaticamente, ao partirem dos centros anglo-europeus de produção intelectual.

O objetivo deste Simpósio Temático é reunir trabalhos visando ampliar a legibilidade do “entre-lugar” enquanto ação contingente de resistência à degradação perpetuada por discursos hegemônicos. Assim, estamos abertos a trabalhos que, partindo do conceito antropofágico de Santiago, contribuam para repensar criticamente a questão da estigmatização em contextos diversos de hegemonia cultural, inclusive a partir de perspectivas que excedem paradigmas geográficos e identitários de fronteira.

Alguns eixos temáticos sugeridos são:

1. Saúde e doença física, mental e emocional como construções culturais;
2. O termo “deficiente”: nomenclatura, história, etc.
3. Cultura surda vs. cultura “deficiente”;
4. Feminismo e cultura surda;
5. Feminismo e a questão da “deficiência”;
6. Pós-colonialismo e a questão da “deficiência”;
7. Pós-colonialismo e cultura surda;
8. O entre-lugar da autoria surda;
9. O entre-lugar da autoria “deficiente”
10. Antropologia e a questão da “deficiência”;
11. Estudos de gênero e a questão da “deficiência”;
12. Estudos lgbtt e a questão da “deficiência”;
13. Estudos queer e a questão da “deficiência”;
14. etc.

Neste Simpósio Temático interdisciplinar, não há restrição quanto aos textos a serem analisados e discutidos; os trabalhos podem enfocar, por exemplo, teoria cultural, estatutos da OMS, teatro surdo, cinema, antropologia, literatura, performance, legislação, publicidade, HQ, comix, mídia, textos pedagógicos, didáticos, videogames, etc.

Local: Sala 03 do CSE

Resumos


24/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
  • José Rodolfo da Silva (UFSC)
    Crítica da 'deficiência' e do pós-'humano': tensões teóricas
    Esta comunicação oral pretende explorar a zona de contato, muitas vezes tensa, que se configura entre duas correntes de teoria crítica contemporânea: a da chamada questão da “deficiência”, ou Disability Studies, e as leituras críticas da noção de animalidade, conhecidas como Animal Studies ou Pós-Humanismo. Apesar de terem uma postura comum de releitura drástica do humanismo liberal, os dois enfoques teóricos se chocam com relação ao seu tratamento do conceito do “humano”. Enquanto a crítica pós-“deficiência” questiona a estratégia de desumanização através da qual grupos minoritários são construídos como “outros” (objetivando assim construir o valor humano das pessoas consideradas “deficientes” apesar do discurso hegemônico de “eficiência”), o Pós-Humanismo questiona os próprios conceitos de “humano” e “animal” como moedas universais de valor intrínseco, pretendendo liberar o “animal” de sua função negativa na dicotomia humano-animal, assim como desconstruir o “humano” como parâmetro de valor. O aparente conflito entre essas duas teorias será abordado através de um método pós-estruturalista inspirado pelo conceito do “entre-lugar” de Silviano Santiago, em que os conceitos de fonte, original e pureza (assim como a suposta pureza do sujeito liberal hegemônico) não teriam primazia.
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  • Márcia Cristine Agustini (UFSC)
    Trauma e racismo em No Telephone to Heaven de Michelle Cliff
    A configuração do ‘trauma’ na constituição da identidade nacional aparece com freqüência na literatura negra caribenha assim como na literatura do terceiro mundo em geral (RAMAZANI, STITT). Uma figura que se torna constante nessa narrativa é a ferida – metaforicamente ligada à identidade destas nações (invadidas, colonizadas). Em No telephone to heaven de Michelle Cliff, essa metáfora também aparece com o destino de Clare, a personagem principal, associado ao de seu país. Assim como no caso da Jamaica, Clare é ‘mestiça’, e essa característica os coloca na contra-mão da apregoada ‘unidade’ e ‘pureza’ imperialista de que nos fala Santiago. A identificação de Clare com a ‘ferida aberta’ no tornozelo de seu namorado nos remete a uma associação entre a ambigüidade de sua identidade racial com o trauma do racismo sofrido pelos povos colonizados. A questão que nos propomos investigar refere-se a essa problemática. A metáfora da nação ferida insere-se numa literatura nacional em que dois retratos possíveis se apresentam: seria esta uma literatura de resistência ou de vitimização? Em outras palavras: a metáfora da ‘ferida’ funciona para Clare como agente impulsionador ou mero narrador dos fatos? Esta se torna a questão norteadora deste trabalho.
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  • Eliana de Souza Ávila (UFSC), Silvia Biehl (UFSC)
    O entre-lugar no documentário Favela Rising: contra o uso metafórico da 'deficiência'
    Neste trabalho, analisamos a intersecção de raça e deficiência através da metáfora da i/mobilidade no documentário norte-americano Favela Rising (dir. Zimbalist & Mochary, 2005). O filme retrata o trabalho do grupo cultural AfroReggae, cujo objetivo é oferecer a jovens da favela de Vigário Geral, no Rio de Janeiro, alternativas ao tráfico de drogas. Conforme retratado no documentário, o desafio enfrentado pelo grupo é desmantelar as identidades fixas e empobrecedoras impostas pelo tráfico e pela sociedade, e, assim, dissociar a suposta indistinção entre violência e favela. No documentário, este desafio e a possibilidade de vencê-lo são apresentados principalmente pela imagem da i/mobilidade: imobilidade social imposta pelo pensamento hegemônico e pelo tráfico, mobilidade através da mobilização anti-racista. Em nosso trabalho, propomos que a desestabilização do pensamento hegemônico pode ser compreendida em termos do conceito de “entre-lugar” proposto por Silviano Santiago (1978). Porém, argumentamos que, no documentário, tal desestabilização ocorre a custo da associação entre imobilidade e deficiência, ou seja, ignorando a dinâmica interseccional da exclusao e reiterando, assim, o pensamento hegemônico.
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  • Gislaine Aparecida Bahls (UFSC)
    O entre-lugar de caliban em X-men: ‘deficiência’ e estudos pós-coloniais
    Proponho contribuir para a pesquisa sobre o que Nirmala Erevelles caracterizou como um novo campo de conhecimento: “apenas recentemente estudiosos em ambos os Estudos sobre Deficiência e Estudos Pós-coloniais tem tentado explorar a intersecção entre essas duas áreas de especialidade” (EREVELLES 2006, apud ALBRECHT, 2006, p. 103) tradução minha). Buscando uma política de alianças, Erevelles ressalta que tal estudo necessita da elaboração de pontes entre as duas áreas. Baseada no fato de tanto o “deficiente” quanto o (pós-)colonizado serem construções dominantes do “Outro”, este trabalho visa fundamentar minha tese de mestrado sobre a HQ intitulada X-Men no contexto teórico do “entre-lugar” (SANTIAGO, 1971). Nessa HQ, Caliban, uma das figuras mais representativas do “Outro” pós-colonial, é caracterizado também como ‘deficiente’. O trabalho será norteado pela seguinte pergunta de pesquisa: Quais textos críticos sobre X-MEN podem contribuir para uma analise do entre-lugar da ‘deficiência’ de Caliban?
  • Ana Regina Gomes dos Reis (UFBA)
    A fabricação de não-corpos- faces tecnológicas de feminicídio
    "Se os mais avançados e sofisticados gabinetes de tecnologia da gestação pudessem fabricar filhos e fetiches virtuais de mulheres para fornecer serviços sexuais, os homens não lamentariam passar sem mulheres de verdade, malcheirosas, sangrentas, ruidosas, peludas".
    (Germaine Greer em A mulher inteira)
    Frente `as transformações das relações de gênero, sobretudo nas sociedades industrializadas, o poder patriarcal tem respondido com violência crescente.
    Formas de eliminação das mulheres, simbólicas e físicas, individuais e coletivas, assumem configurações que passam, também, pela utilização de tecnologias.
    A tecnologização reificante do corpo, responde `as necessidades e fantasias da dominacão masculina, com suas determinantes racistas e classistas.
    Na perspectiva de feminicídio como fabricação de não –corpos, vou tentar articular o desenvolvimento de tecnologias como a engenharia da reprodução ( trabalhando com o encurtamento do período da gestação intra-útero e a produção de óvulos a partir de células-tronco), o fim do corpo físico na clínica médica ( com a hipertrofia dos diagnósticos por imagem), os jogos virtuais e a fabricação de bonecas sexuais e robôs femininos.
  • Tatiane Vieira Barros (UFPE)
    Experiências e narrativas: uma forma de pensar a relação de gênero entre doentes renais crônicos
    A idéia da experiência da enfermidade é aquela onde cada indivíduo assume ou situa-se frente à identificação do seu problema, fazendo com que algo, que até então, não fazia parte da sua condição seja interpretado desta forma. Trazendo as suas construções sócio-culturais como base fundadora da interpretação dada à doença, ou seja, levando em consideração os valores da sua sociedade – mesmo que já esteja intrínseco no discurso. Pensar que a ressignificação da vida social pode ter construções diferentes de acordo com a idéia de gênero é algo desafiador para se pensar. A idéia desse trabalho é discutir como a experiência ressignifica o campo de interação social dos doentes renais crônicos, vendo como se dão os entendimentos sobre o corpo, o sofrimento e as relações sociais. Trazendo as narrativas de homens e mulheres que se encontram em uma situação de igualdade, na conjuntura de ser doente renal crônico – que se vêem dependentes de uma máquina para a manutenção da vida – tendo nesta condição um lugar comum nas experiências. Partindo da análise das interpretações e metaforizações da doença, relacionando o comum e o divergente na ressignificação da condição social entre homens e mulheres e percebendo no discurso das experiências vividas marcas de uma discussão sobre gênero.
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25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Sandra da Silva Careli (FAPA/PMPA)
    As representações no cinema a partir do entrecruzamento das categorias gênero e surdez
    A proposta de comunicação comporta dois momentos. Inicialmente mapear e refletir em torno da forma como a surdez tem sido representada no cinema a partir da década de 1910 até a contemporaneidade com destaque a análise da freqüência das obras, dos gêneros fílmicos utilizados e da forma como tal representação se constitui. No segundo momento, a partir de um número reduzido de filmes que abordam a surdez, analisar as representações de gênero fomentadas e suas implicações na construção da identidade do individuo surdo.
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  • Silvana Marques Porto Araujo (UFPE), Maria do Rosario Andrade Leitão (UFPE)
    Mulher além da maré
    A pesquisa Mulher além da Maré relata a história de três pescadoras da cidade de Itapussuma (litoral norte de Pernambuco-nordeste do Brasil) que além da pesca convivem com um mesmo problema: as diversas violências praticadas contra as mulheres. Joana já sofreu com a violência doméstica, Maria sofre com a violência de saúde e Cícera tem sofrido com a violência social. Essas três mulheres fazem parte da colônia de pescadores da região que, há mais de 20 anos é comandada por mulheres, e representam a importancia dessas mulheres num contexto tão masculino como o da pesca. Através da metodologia da pesquisa ação foi desenvolvida a produção de videos documentários - produzidos pelas próprias pescadoras - que registra a vida na maré,o dia a dia com a família e os amigos e os desejos e anseios dessas mulheres que agora, além de pescadoras, também são cineastas.
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  • Gustavo Fujarra Carmona (UEL)
    Alteridade e entre-lugar na poética de Clarice Lispector
    O presente projeto objetiva analisar os “entre-lugares” presentes no romance "A paixão segundo G.H." de Clarice Lispector, derivadas a partir dos embates significativos criados diante da perspectiva psico-filosófica da alteridade. Analisaremos de que forma a autora articula diferentes saberes, mediatizando e permeabilizando territórios díspares, de forma a por à prova códigos e realidades pré-fabricados Para tanto, nos basearemos na teoria freudiana e na crítica nietzcheana da subjetividade, além do suporte das obras de Julia Kristeva e de Homi K. Bhabha a respeito da condição de “estrangeiro”e do “estranhamento”. Focalizaremos nosso estudo na problemática do “eu”, do “ego” e da alteridade enquanto gêneros. Objetivamos, assim, expor a forma como Clarice Lispector articula, na multiplicidade de suas narrativas, o encontro entre esferas distintas, sejam elas sociais, culturais, psicanalíticas ou existenciais, rompendo as fronteiras de significação de mundo, gerando um “entre-lugar” ou uma “entre-realidade”, que permite a subjetivação e renovação do passado e a criação de novos signos antes não existentes, que resultam assim, na fonte de sua rara narrativa.
  • Christian Muleka Mwewa (UFSC)
    Arte, reprodução e a globalização deslocada
    Para apresentar os dois textos de Walter Benjamin, a saber, “Pequena história da fotografia (PHF)” e “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica (ART)” tomo como guia Th. W. Adorno. A apresentação segue a seguinte estrutura: (1) uma pequena introdução na qual traço as linhas gerais dos textos em questão; (2) discussão da temática da arte e a sua reprodutibilidade técnica; (3) caracterização, segundo W. Benjamin, dos elementos que fazem com que a arte seja reprodutível e, (4) na mesma direção localizo as culturas populares, que diante das demandas da globalização sofrem, do ponto de vista da sua reprodutibilidade, alguns constrangimentos. Argumentamos, junto com Stuart Hall (2003) e Garcia Canclini (2006), que para que essas culturas permaneçam pertinentes, em certa medida, abrem mão de uma de suas características fundamentais: o distanciamento. Com isso elas são deslocadas num processo de globalização unilateral empreendido pelos países centrais.
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  • Denise Rosana da Silva Moraes (UNIOESTE), Andreia Nakamura Bondezan (UEM), Teresa Kazuko Teruya
    A avaliação da aprendizagem dos/as alunos e alunas “brasiguaios” na região de tríplice fronteira
    A reflexão sobre a forma de se trabalhar com diferentes culturas é uma lacuna que perdura no cotidiano das escolas na tríplice fronteira (Brasil, Argentina, Paraguai). Por meio dos conhecimentos e das práticas educacionais é que as crianças vão se percebendo como membros de uma comunidade. Os alunos que advém de outros países, por vezes, ficam alheios a esta comunidade e sua cultura, seus conhecimentos são, por vezes, desconsiderados. Mas será que esta realidade se reflete no processo de aprendizagem destes educandos?. Diante deste quadro o presente estudo busca apresentar uma reflexão dos dados da avaliação dos resultados da aprendizagem escolar dos/as alunos/as provenientes do Paraguai, os chamados brasiguaios. Como estes alunos/as têm se saído ao freqüentarem as escolas na região da Tríplice Fronteira? Este trabalho contará com os Estudos Culturais e com a escola de Vigotsky para análise dos dados. Concluímos ser fundamental que no interior das salas de aula os/as professores/as reflitam acerca dos resultados avaliativos e investiguem questões relacionadas com a vida e a cultura desses educandos. É necessário uma diminuição dessa distancia mediante uma intensificação de ajuda às crianças que mostraram dificuldade de aprendizagem nas avaliações realizadas.
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  • Gleys Ially Ramos dos Santos (UFG)
    A organização do Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR) no estado do Tocantins: uma contribuição à geografia do gênero e dos movimentos sociais
    Esta pesquisa tem como objetivo a análise e compreensão das articulações (formas e meios de organização) e dos espaços do Movimento das Trabalhadoras Rurais no Tocantins para incorporação de suas temáticas nos ambientes institucionais e no interior das lutas políticas dos movimentos sociais tocantinenses que integram a Via Campesina no Brasil. um dos questionamentos que queremos responder com essa pesquisa é se, existe um apontamento no Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais dentro da Via Campesina da necessidade de problematizar e ampliar o reconhecimento de outras opressões que não operam a partir do conteúdo exclusivo da luta de classe? O interesse ocorre também por entender, a partir de pesquisas a fontes sobre gênero e questão agrária, que vem crescendo e intensificando os conflitos agrários e do controle da água em várias regiões do estado, sendo os principais focos a região sudeste, a central e região do Bico do Papagaio, e analisando a relações com os envolvidos, identificamos que há concomitante ao crescimento das reivindicações, o aumento do interesse e do número de mulheres envolvidas nas discussões sobre a questão e conflitos sobre a terra no Tocantins, inserindo-se cada vez mais nos movimentos sociais e nas pautas sobre a reforma agrária.
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26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Maria José Ribeiro de Souza (FAMETRO)
    Educação: profissão para o feminino, bico para o masculino
    Nas regiões Norte Nordeste, bico significa: auxílio, complemento, algo menos significativo que o principal. Este trabalho tem como objetivo, observar e relatar, porque um grande percentual de docentes são do sexo feminino, principalmente quando se desenha a Educação Básica no Brasil, e de maneira enfática o Ensino Fundamental. Pretende-se responder as seguintes indagações: a escola é a continuidade da família? Neste caso o papel do docente é de mãe? Como aqueles e ou aquelas que escolhem a docencia como profissão percebe seu "papel/personagem" no contexto educacional? O método utilizado para obtenção dos dados foi bibliográfico e exploratório de campo, tendo como atores/informantes, docentes e acadêmicos dos cursos de Pedagogia e Letras de uma IES, do município de Porto Velho Estado de Rondônia.
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