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66. Religiões e diversidade sexual

Coordenador@s: André Sidnei Musskopf (Escola Superior de Teologia), Marcelo Tavares Natividade (Museu Nacional - UFRJ)
A relação entre sexualidade e religião tem produzido, ao longo dos séculos, uma infinidade de respostas, códigos e tradições. Recentes transformações sociais colocaram em evidência o surgimento de respostas religiosas muito plurais no próprio campo das instituições e manifestações religiosas e, também, no âmbito dos discursos e práticas da sexualidade. Os desafios de compreensão, na contemporaneidade, das inovações e reinvenções de normas e convenções sociais tornam premente a discussão, especialmente, no que tange aos modelos de sexualidade que escapam ao padrão da heterossexualidade e compõe as ditas “sexualidades dissidentes” ou a “diversidade sexual” e a influência das religiões sobre elas. Este ST tem o propósito de colocar em discussão diferentes aspectos da temática, abrangendo uma multiplicidade de enfoques, incluindo aqueles ligados ao político e aos direitos sexuais, bem como ao plano das experiências religiosas e das cosmologias e rituais. A proposta é promover o debate entre pesquisadores que estudam os nexos entre homossexualidades e religiões em distintas matrizes tanto no Brasil como em outros contextos nacionais.

Local: Sala 610 do CED

Resumos


24/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Luís Corrêa Lima (PUC-Rio)
    A Igreja Católica e as uniões homoafetivas
    É bastante conhecida a tradicional oposição da alta hierarquia eclesiástica ao casamento gay, bem como às relações homoeróticas. No entanto, novos ventos estão soprando na Igreja e um fato notável aconteceu: o presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha, Robert Zollitsch, declarou-se a favor da união civil dos homossexuais. Ele afirmou que se trata de uma questão da própria realidade social: se há pessoas com esta orientação, o Estado deve adotar uma legislação correspondente. Porém, não se deve utilizar aí o termo ‘matrimônio’, que supostamente é heterossexual.
    Um presidente de uma conferência nacional de bispos não faria uma declaração dessas sem o respaldo interno dos outros bispos, e sem um amplo consenso da Igreja local. À primeira vista, esta posição soa como uma divergência radical em relação ao papa. Mas as coisas não são bem assim. A Igreja está alicerçada na milenar tradição judaico-cristã, com seus mandamentos e interdições, mas também está espalhada pelo mundo, vivendo e interagindo com a cultura moderna. Esta trás uma nova compreensão das coisas: a humanidade não é totalmente heterossexual, e a sociedade deve aprender a conviver e a lidar com as diferenças. A complexa interação da Igreja com a sociedade impulsiona mudanças também no campo da sexualidade.

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  • Maria Cristina Silva Furtado (PUC - Rio), Angela Cristina Germine Pinto Caldeira (PUC - Rio)
    Cristianismo e diversidade sexual: conflitos e mudanças
    Esta comunicação tem como objeto de estudo a relação entre o cristianismo e a diversidade sexual. Mostra como a leitura isolada e literal de textos bíblicos gera discursos excludentes, relegando a população LGBT à exclusão social, cultural e religiosa. Aborda a importância da hermenêutica bíblica para se obter discursos inclusivos, como os que já têm feito, isoladamente, diferentes teólogos, e líderes religiosos. Enfatiza como certas pesquisas científicas e a visibilidade trazida pelos movimentos LGBT têm fornecido dados, e auxiliado a sociedade na ressignificação de conteúdos da diversidade. Aponta para a importância da continuidade de articulação da sociedade para vencer as barreiras religiosas e, através de leis e educação, chegar à igualdade de direitos, e a ter uma sociedade inclusiva. Termina, rememorando alguns fatos históricos que mostram que os avanços no cristianismo, principalmente, na igreja católica, em geral, têm ocorrido a longo prazo; o que parece indicar que só um processo transformador da sociedade levará as igrejas tradicionais cristãs, oficialmente, a repensarem e reformularem-se sobre este aspecto. Algumas, com mais facilidade, outras menos. Porém, o processo já começou, e parece ser irreversível.
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  • José Vaz Magalhães Néto (UFPB), Severino Bezerra da Silva
    Homossexualidade, pecado e o discurso "amigo" da fé reformada
    Apresentamos, nessa comunicação, os resultados de uma análise do discurso da cristã calvinista Misty Irons sobre homossexualidade e pecado publicado na internet, em um sítio ligado ao movimento monergista. O objetivo foi tentar entender como as práticas discursivas do cristianismo ortodoxo produzem estigmas às pessoas não enquadradas no padrão heteronormativo utilizando discursos para convencer da sua compreensão “amiga” aos homossexuais, sem deixar de condená-los à luz das doutrinas do movimento evangélico reformado. Verificamos que o discurso analisado utiliza-se de uma suposta benevolência com @s homossexuais com o intuito de convencê-l@s da sua situação pecaminosa e induzí-l@s ao abandono de suas vivências sexuais de caráter homoerótico. Ancorados numa perspectiva construcionista, recorremos aos estudos queer e às contribuições da Análise Crítica do Discurso para identificar as ideologias e abusos de poder contidos nas práticas discursivas proselitistas. Verificamos como a autora cristã monta uma estratégia discursiva de aproximação aos homossexuais e de repulsa à homossexualidade com o objetivo, dentre outros, de expandir sua doutrina conservadora e homofóbica, mal disfarçada de um cariz progressista e inclusivo.
  • Marcela Franzen Rodrigues (UERJ)
    Identidades em transe: a presença homossexual nas religiões afro-brasileiras
    Percebida por grande parte dos antropólogos que se debruçaram sobre as religiões afro-brasileiras, a significativa presença de homossexuais nos cultos de matriz africana foi e é problematizada em diversas obras. Este artigo tem como objetivo revisar alguns destes trabalhos a fim de realizar uma reflexão crítica sobre a questão da homossexualidade dentro dos terreiros dialogando com, principalmente, três hipóteses já desenvolvidas pela antropologia ao longo do último século: 1) a suposição de que sendo o Candomblé, assim como as demais religiões de origem africana, uma religião cuja presença é predominantemente feminina, os homens iniciados teriam uma predisposição a serem afeminados por conta da proximidade com as mulheres; 2) A homossexualidade como efeito da identidade de gênero imposta pelo Orixá regente do indivíduo; 3) A suposição de que as religiões afro-brasileiras são historicamente “mais abertas” às classes excluídas, favorecendo a inserção de homossexuais.
  • Fátima Weiss de Jesus (UFSC)
    Uma igreja inclusiva na parada: religião, visibilidade e política da/na diversidade
    As igrejas inclusivas são um fenômeno recente no Brasil e chama atenção pela compatibilização de condutas não heterossexuais e cristianismo (majoritariamente evangélico). A partir de inicio dos anos 2000 acontece a proliferação de diversas denominações no Brasil, sendo que os dois grandes centros com maior número de igrejas são Rio de Janeiro e São Paulo.
    A presente comunicação visa colocar em debate as primeiras impressões da pesquisa etnográfica que venho realizando numa das igrejas inclusivas em São Paulo e destacar pontualmente aspectos da observação sobre a participação desta igreja inclusiva na semana do orgulho LGBT de 2009 de São Paulo.
    As reflexões aqui iniciadas buscarão novas pistas no entendimento das estratégias de legitimação social e religiosa na articulação política por cidadania, que inclui sobretudo os “direitos sexuais”.

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  • Flavio Braune Wiik (UEL)
    http://www.g0ys.org/: cosmologia, interdições e identidades homoeróticas em tempos de cyberspace
    O presente estudo versa sobre um coletivo que se autodenomina G0ys, constituído por homens que afirmam o seu desejo homoerótico e constroem sua identidade a partir de restrições a determinados tipos de práticas sexuais e comportamentos amparados e legitimados pela “Goy-Centric Theology”. Trata-se um poderoso repertório sacramental reordenador do cosmos e das escatologias, do desejo e de práticas homoeróricas não pecaminosas. Esta teologia é empregada pelo movimento como um mediador cultural provido de força frente ao estigma social que sofrem dos modelos e representantes teológicos hegemônicos na tradição judaico-cristã. Os princípios G0ys destoam dos valores liberais que têm caracterizado os movimentos de minorias sócio-sexuais contemporâneos. Constitui-se em um mosaico onde se articulam, dialeticamente, virtualidade, novas tecnologias e formas de expressar a sexualidade e interagir no tempo presente, com aspectos mais sedimentados da cultura humana, a exemplo, o fenômeno religioso. O movimento arregimenta homens que não tomaram para si a política do “coming out” além de afirmarem rejeitar os estereótipos atrelados ao movimento “gay” que os incorporou, hoje é fonte de desgraças, pecados, doenças e imoralidade.
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  • Cláudio Leite Leandro (UFSC)
    SexxxChurch - diversidade sexual em igrejas evangélicas "pós-modernas"
    Este trabalho visa expandir os estudos em torno da relação entre religião e diversidade sexual para novas manifestações religiosas, como é o caso de uma rede de igrejas evangélicas que se auto definem como “pós-modernas” e que estrategicamente nomeiam-se como Sexxxchurch, que é também o nome de seu site na internet.
    A metodologia de pesquisa está fundamentada na coleta e análise de materiais presentes nos sites da rede SexxxChurch: artigos, vídeos, imagens, fotografias, relatos de confissão e comentários dos artigos e relatos de confissão.
    Observa-se que a característica marcante da SexxxChurch seja o discurso de “favorecimento à diversidade”, de acolhida a toda e qualquer pessoa, por meios “não condenatórios”, criando um ambiente de suposta liberdade de expressão dos sujeitos. A sexualidade é problematizada em busca de “evitar a promiscuidade e as ciladas da pornografia”, sendo esta a “batalha de todo homem”. A internet parece ser o meio predominante de veiculação e defesa das ideias e valores da rede. O uso de imagens, vídeos, artigos e relatos de confissão demonstram a necessidade de publicizar uma pedagogia do sexo, onde sexo e desejo são colocados em lugar específico, a saber, no casamento heterossexual monogâmico.
  • Luiz Antonio Vadico (Universidade Anhembi Morumbi)
    Entre dois gêneros: os filmes de cristo e a homossexualidade
    Na apresentação verificaremos como produtores e diretores representaram o encontro entre Jesus Cristo e o gênero homossexual no cinema e no audiovisual. Essas produções interessam, pois flexionam a questão gay exatamente num dos pontos chave relativos à sua aceitação social: a religião e o cristianismo.Analisaremos três casos que merecem destaque:
    “Jesus Christ Superstar” (Jewison, 1972), filme musical do início dos anos 70. Nele a corte de Herodes Antipas é revestida pelas características da típica cultura gay americana do início dos anos 70. “A Paixão de Cristo”, 2004, de Mel Gibson, onde a homossexualidade foi explorada de forma sutil, perversa e distorcida, o que fez com que a maior parte do público nem notasse.
    Em um curta de produção recente, “Jesus Christ – The Musical” (Javier Prato), veiculado na internet, o protagonista (Jesus) é jogado nos tempos modernos, dublando a conhecida canção de Glória Gaynor, “I Will Survive”. Divulgado em português sob o título “Deus Castiga”, o filme obteve milhões de acessos. Em nossa apresentação iremos buscar perceber como as imagens de Jesus Cristo e de homossexuais, foram traduzidas pela cultura de então e quais os seus possíveis significados.

25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Daniel Arruda Martins (UFMG), Marco Aurélio Máximo Prado
    De dentro do confessionário para fora do armário?: homossexualidades, interpelação e submissão à norma religiosa
    Apresentamos recorte de pesquisa de mestrado desenvolvida junto ao programa de pós-graduação em psicologia social da UFMG que teve como foco os discursos de jovens não heterossexuais na Região Metropolitana de Belo Horizonte acerca do segredo e do silêncio sobre suas próprias sexualidades. Por meio da metodologia de coleta de testemunhos, abrimos espaço para a emergência de narrativas pessoais de nossos informantes e procuramos conhecer os aspectos mais relevantes na configuração dos limites fluidos entre as possibilidades de expressão e os campos de silenciamento de suas sexualidades. Orientando nossas análises por meio da noção de “política do armário”, situamos nosso estudo no campo psicossocial e reconhecemos nossos sujeitos em posição de subalternidade numa hierarquia sexual heteronormativa. Elegemos aqui o discurso de dois desses jovens para, a partir da trajetória de resignificação de sua própria experiência religiosa cristã: explicitar alguns elementos que sustentam, enquanto ocultos, essa hierarquização heteronormativa; problematizar as noções de interpelação e submissão à norma religiosa; comparar o alcance analítico das noções de homofobia e heteronormatividade para a compreensão do preconceito e da discriminação sustentados por argumentos religiosos.
  • Murilo Souza Arruda (UFBA)
    Que Moderno! Heterossexuais e homossexuais entre espaços sagrados e profanos na Bahia
    Vasta é a bibliografia que se dedica às experiências de homossexuais em religiões de matriz afro-brasileira, explorando experiências homoeróticas, formas de ascensão e integração social. O foco sobre sujeitos homossexuais oculta importantes jogos interativos entre homossexuais e heterossexuais que ocorrem nos espaços sagrados. O encontro nesses espaços parece atuar de forma a aproximar pessoas com distintas experiências sexuais, lançadas num incessante movimento entre espaços sagrados e profanos, onde as formas do sagrado dependem também de experiências subjetivas. Neste sentido, este trabalho se propõe repensar o candomblé como “lugar de viado”, algo amplamente disseminado no senso comum e indiretamente respaldado pelo foco privilegiado em trabalhos acadêmicos e por grupos militantes. Pretende-se voltar a atenção para as maneiras como mães-de-santo, ebomis e outros integrantes lidam com as questões relacionadas às diversidades de gênero à medida que são tematizadas, seja através da exuberância das roupas, das brincadeiras e piadas, nos jeitos e trejeitos ou demandas de ativistas sociais.
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  • Ellwes Colle de Campos (PUC - GO)
    Religião e homossexualidade: representações sociais acerca do sagrado nos Movimentos Gays de Brasília e Goiânia
    O principal objetivo desta reflexão é identificar as principais políticas e/ou estratégias dos Movimentos Homossexuais que possam elucidar a formação de uma ideologia acerca do sagrado, a ser disseminada entre homossexuais e heterossexuais. Desta forma, o raciocínio procura elucidar algumas das Representações Sociais acerca do Sagrado, tendo em vista o contexto de vida dos homossexuais, das paradas gays e das igrejas, bem como de novos movimentos religiosos que surgem no meio homossexual.
  • Cristiane Gonçalves da Silva (USP)
    Homossexualidade e direitos sexuais entre jovens de diferentes religiões da região metropolitana de São Paulo
    Pretende-se apresentar e discutir percepções e sentidos atribuídos à homossexualidade por parte de jovens de comunidades religiosas (religiões cristãs: Igreja Católica, Episcopal Anglicana, Assembleia de Deus, Adventista da Promessa e religiões afro-brasileiras: Candomblé e Umbanda), compreendidos como sujeitos religiosos, sexuais e de direito. A partir da visão de moças e rapazes religiosos, busca-se perceber como a socialização religiosa contribui (ou não) para tratar o exercício da sexualidade como direito para juventude. A análise de conteúdo de entrevistas e grupos focais demonstrou que a homossexualidade é concebida de distintos modos, incorporando valores morais religiosos de forma reelaborada e também outros discursos. Evangélicos pentecostais têm posturas rígidas em sintonia com moralidades religiosas que condenam a homossexualidade. Entre os outros jovens cristãos há certa flexibilidade para aceitar orientações homoafetivas com diferenças entre anglicanos e católicos que se colocam em oposição direta às orientações religiosas. Jovens das religiões afro-brasileiras demonstram abertura para a homossexualidade incluindo experiências homoafetivas ao longo da vida, questões que parecem não ter relação com orientações religiosas, mas com uma trajetória de vida plural.
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  • Robinsom Granjeiro Monteiro (UFPB), Rosangela de Araujo Lima (UNIPB/FPB)
    Sexualidade e juventude: o que pensam jovens evangélic@s sobre o discurso religioso da Igrejas Cistãs reformadas?
    O presente trabalho trata da relação sexualidade X jovens nas igrejas evangélicas tradicionais, sob uma ótica da psicologia social; no conceber a religião como espaço terapêutico e não de adoecimento e mazelas causadas pelo cerceamento da liberdade e autonomia de seu público jovem em viver uma espiritualidade não- dogmática,fundamentalista e conservadora, mas à luz da introjeção ética de valores fundamentais à vida . No bojo da discussão, subjaz a temática da percepão e atitudes nas relações de gênero que permeiam os contatos humanos na esfera religiosa dentro das Igrejas.
  • Marcelo Tavares Natividade (Museu Nacional - UFRJ), Lucas Bilate (UFRJ/ IFCS)
    O global e o local: homofobias, diversidade sexual e religião na Baixada Fluminense
    Esta comunicação aborda as relações entre construção da cidadania de pessoas LGBT e formas de desigualdades sociais que incidem sobre essa população. Problematiza nexos entre diferentes visões de mundo nas definições de liberdade, escolha, violência, discriminação, tendo como pano de fundo a tensão entre a universalização dos direitos humanos e a diversidade de comunidades morais no Brasil. A apresentação focalizará a construção social da diferença, evidenciando as lógicas culturais que produzem lugares sociais legítimos e ilegítimos. Discute a distribuição dos poderes, prestígio e status, considerando as tensões entre tradições religiosas e crescentes processos sociais que são o solo cultural das políticas de diferença. O objetivo é analisar certas respostas sociais ao reconhecimento dos direitos das pessoas LGBT, identificando mudanças e resistências. A pesquisa é conduzida na Baixada Fluminense, periferia do Estado do Rio de Janeiro, considerando a vitalidade e pluralidade religiosa desta região. A metodologia da pesquisa ampla envolveu trabalho de campo, pesquisa documental e coleta de entrevistas. A proposta desta comunicação é salientar os nexos entre diversidade sexual e religião nesse contexto local.
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