Problematizar o modo como a sociedade percebe e muda as relações com o corpo ao longo do tempo, da antiguidade grega à contemporaneidade.
Destacar e elucidar as atitudes diversas sobre o corpo, que mesclam liberdade, disciplinamento, vergonha, medo, rejeição, desejo, transgressão, aceitação, modificação, etc., e que nos possibilita olharmos o Outro e a nós mesmos sem receios e sem vergonha.
Debater o corpo em nossa sociedade contemporânea, a fim de compreender as relações pessoais, de trabalho, de exploração, de disciplinamento, etc., e assim buscar entender como cada um de nós se 'relaciona' com o seu corpo e com o corpo do Outro.
Experenciar o corpo através de dinâmicas somáticas, para elaboração corporal do que seja O Eu-O Outro- Nós.
Metodologia
Breve introdução teórica sobre o corpo e erotismo ao longo do tempo.
Análise imagética da nudez da antiguidade à contemporaneidade, por meio da arte (estatuária, pintura, fotografia e video-arte).
Realização de debate:
- O corpo idealizado na mídia contemporânea (propagandas comerciais, revistas de moda, cirurgia estética, etc.);
- A reação/transgressão ao corpo idealizado através da modificação corporal (tatuagens, piercings, cirurgias).
Prática da Oficina: A distância entre o Eu - Nós
Temos uma relação conflitante com o nosso corpo e com o corpo do Outro. Ainda receamos o desejo, desviamos os olhos e os pensamentos dos outros corpos e nos escondemos, restando medos e preconceitos.
Através de consignas ao grupo, proporcionar um contato íntimo do oficinante com seu corpo e O Eu-Interno, refazendo o caminho da construção do corpo que tínhamos e do corpo que temos.
Elaboração do contato Eu-Externo com Eu-Outro, com a reflexão do que sentimos no encontro e como é o Ver-Ser Visto, Tocar-Ser Tocado.
Uma experiência da ideologia do prazer como arma revolucionária de combate ao sacrifício imposto pelas sociedades autoritárias e hierárquicas, com fundamento em práticas experenciadas de Wilhelm Reich e Roberto Freire.
Bibliografia
BATAILLE, Georges. O erotismo. 3. ed. Lisboa : Antigona, 1988. 243p, l. Tradução de: Lïerotisme.
FREIRE, Roberto. Ame e dê vexame: Rio de Janeiro: Guanabara, 1990. 238p.
KELEMAN, Stanley. O corpo diz sua mente. São Paulo: Summus, 1996.134p.
LOWEN, Alexander. Amor e orgasmo. São Paulo: Summus,1988. 312p.
MONTAGU, Ashley. Tocar: o significado humano da pele. São Paulo: Summus,1986. 428p.
ORTEGA, Francisco. O Corpo Incerto: corporeidade, tecnologias médicas e cultura contemporânea. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.
SANTORO, Fernando. Arqueologia dos Prazeres. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
SILVA, Carla Fernanda da. Clio no Cio: escritos livres sobre o corpo. Itajaí: Casa Aberta Editora, 2010.
VOLPI, José Henrique. Psicoterapia Corporal- um trajeto histórico de Wilhelm Reich. Curitiba: Centro Reichiano, 2000. 128p.